EU NÃO SEI PRA ONDE VOU MAS NÃO VOU POR AI (BVIW)
 
PARIS É UMA FESTA, já dizia Hemingway – Mas quem disse que eu estou em Paris, para ser sincera, eu, neste dia 28 de Agosto do Ano da Graça do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, precisamente às 17:30 horas, estou na minha cidade Natal-RN, numa quase noite chuvosa, de pernas para o ar, a vida quase parando e eu pensando feito o poeta José Regio (Cântico Negro): “eu não sei pra onde vou mas não vou por ai”. Daqui a pouco chega a hora do Ângelus e eu por certo vou sentir saudades da Ave-Maria do padre Eyamard - que você não conhece - com fundo musical de Augusto Calheiros cantando: ...Cai a tarde tristonha e serena em macio e suave langor...A chuva continua..., a hora 18:00.  Só me resta pedir à mocinha que me serve, o meu rosário e debulhando, dizer para Maria que, ao contrário dela, não tenho graça nenhuma.
E por falar em Paris, lembrei do mestre do Realismo francês Gustavo Flaubert, de quem acabei de reler Madame Bovary e fui contaminada com a melancolia de  Yonville pois, segundo Flaubert, lá a vida era monótona e sem atrativos, dos que por lá residiam apenas Ema Bovary foi capaz de escapar à mediocridade do ambiente, enfrentando os preconceitos e perseguindo os próprios sonhos e aspirações. Ta certo que a coitadinha se suicida: tomou uma dose excessiva de arsênico e para desespero de Carlos, seu marido, foi rastejar no vale dos suicidas. Mas é bom que se diga: Ema matou-se menos por ser adúltera, do que pela incapacidade de enfrentar as dívidas contraídas para salvar o amante.
Xiiiiiiiiiii passei das 18 linhas, vou ficando por aqui, deixando uma sugestão: a leitura de Madame Bovary...
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 29/08/2018
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