NÓS É QUE MUDAMOS

A tarde ensolarada convidava a um passeio e foi o que Maria Clara fez quando decidiu ir sozinha à grande Exposição Internacional, que ocorria anualmente no mês de setembro.

Durante diversas épocas de sua vida, a visita a esse evento era sempre realizada. Porém, quando tinha os filhos pequenos, o passeio era sempre muito cansativo, pois com um filho em cada mão, as vezes sob sol forte e escaldante, os pés da mãe doíam em longas caminhadas.

Mais tarde, com as crianças já maiores, muitas vezes, as mesmas fugiam-lhe do controle, escondiam-se, indo a mãe encontrá-los junto as inúmeras bancas, onde eram muitos os pedidos para compra de presentes, doces e brinquedos, resultando sempre em muitos gastos.

Bem mais adiante, e com os filhos adultos, eram raras a vezes em que os filhos a acompanhavam, ocasiões em que nem sempre a mãe sentia-se a vontade, temendo não estar de acordo com o gosto dos filhos, não sendo, portanto, uma companhia adequada

Dessa forma e a partir daí, Maria Clara passou a visitar a grande exposição com amigos, ou com grupo de amigos, mas também nessas ocasiões, a jovem não sentia-se confortável, uma vez que nem sempre as pessoas tinham os mesmo desejos e dispersavam-se na procura de atrações que agradassem a cada um. Gastava-se tempo e humor para reencontrar novamente o grupo.

Hoje, após toda essas apurações, Maria Clara, agora mulher madura, desfrutando apenas de sua própria companhia, aproveita o voo divertido que essa liberdade lhe proporciona. Passeio esse, solitário, mas realizado no meio de milhares de visitantes.

Realiza a mesma visita, ao mesmo local, e constata então que poucas coisas mudaram em sua essência, havendo apenas modernização por conta de novas tecnologias, porém, o mais importante foi que essas constatações lhe deram a certeza de que as coisas continuam as mesmas na grande feira da vida, nós e que mudamos....

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 02/09/2018
Reeditado em 03/09/2018
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