Amor

Amor, palavrinha de quatro letras que entra na categoria do indefinível, indelével, indecifrável e inanimado.

Sobrepuja todas as possíveis atribuições, porque não tem identidade. É a própria entidade.

Não se prende a qualquer categoria de gênero e pode ser objeto ou objetivo, dependendo da perspectiva.

O amor mata e morre, insinua, causa insônia, é insipido e inodoro, apesar de muitos afirmarem o contrário por estarem visceralmente contaminados por ele.

Quero crer que o amor seja extraterrestre, posto que não conseguiria, mesmo baseada em vasta literatura, que possa ser desmistificado ou categorizado pela química ou física, mesmo que ele possa alterar ambas.

Há quem morra de amor, quem mate por ele, quem viva por meio dele, dedique a vida à ele ou em sua busca.

Sinceramente, o amor, exatamente por essas e inúmeras outras qualificações - que ainda não nos deu a conhecer - é inequivocadamente detentor de soberano poder.

Aquele que o gerou sabia das coisas porém, quem o acolhe deveria ter o poder de alterar todas essas coisas também portanto, acredito que, apesar de não o podermos quantificar, temos que assimilar a necessidade de te-lo em altas doses para que produza efeito considerável e transformador.

Foi observado que uma pequena fração dele é capaz de alterar expressões, atitudes, odores, sabores, cores e entonações. Nossa, que poder, não?

Imagine o grau devastador que a soberania do amor teria para acabar com a maldade e numa overdose profunda dizimar, por exemplo, com a ganância e a fome do mundo?

Não tem idioma mas, uma capacidade de comunicação ímpar pois, um gesto ou olhar embebidos nele, podem alterar todo o fim de uma história.

Singular em sua forma e expressão, o amor rivaliza com inúmeros opositores de peso, tão insólitos e poderosos quanto porém, incapazes de vitória plena e honesta.

O amor é idealizado e também ideal. Ainda que muitos não o tenham achado ou perdido completamente a fé nele, afirmo que pulsa em cada ser sobre a face deste ou de outros mundos porque, ele simplesmente É. O amor é uma divindade, absoluta e inexcrutável.

Por amor edificamos, unimos, sangramos. Por meio dele e para ele singramos oceanos, atravessamos montanhas, entramos em cavernas, matamos dragões.

Por amor geramos vidas, procuramos mantê-las, cuidamos e as protegemos em detrimento da nossa própria.

Por amor enviamos sondas ao inexplorado universo, com música, saudações e versos, esses últimos pelos quais também me expresso, em nome do meu profundo amor por vocês.

_Rose Paz_

08/09/2018

Rose Paz
Enviado por Rose Paz em 08/09/2018
Reeditado em 30/09/2018
Código do texto: T6442786
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