A LINGUAGEM DAS ROSAS IMACULADAMENTE BRANCAS

Eram rosas, apenas rosas, mas imaculadamente brancas

E a sua alvura se contrapunha ainda mais intensamente ante o verde das folhas que as rodeavam.

Eram o fim do inverno e a primavera estava se aproximando com a promessa de ser uma primavera na estação e no coração.

Como se tudo naquele momento fosse marcado pela brancura das rosas que despontavam como sonhos que iriam emergir em algum momento do intenso verde que as mantinha. A seiva da vida ainda corria entre o caule das rosas e era ela que as mantinha tão brancas, imaculadamente brancas, intocadas, soberanas.

Parou por um minuto e apreciou a sua beleza. Deixou-se invadir pelo branco que delas exalava e como por encanto, encontrou-se dentro de si mesmo, branco, alvo límpido, cristalino

Por um minuto permitiu-se esquecer-se de todos os problemas do passado, de deixar para trás as mágoas e ressentimentos e deixar que uma paz intensa lhe invadisse a alma.

Era o momento contemplação, as rosas, no vaso, silenciosas, falando de paz e de amor. E ele ali, de pé, as observando, entendendo a linguagem que delas vinha, ainda que o momento entre eles fosse do mais completo silêncio.

De repente um suspiro quebrou aquele instante. E as rosas, imaculadamente brancas, puderam entender que havia conseguido através de sua linguagem branca lhe mostrar que a vida pode emergir a qualquer momento, basta se dar o direito de recomeçar.