Véio cabreiro e sincero

Estou meio desconfiado, como dizem no sertão, cabreiro. Sou um véio sincero e que quando pensa em algo, quando se conscientiza de alguma coisa, não finge, não esconde e não cala. Não sei disfarçar e fazer de conta que não tomei conhecimento, que nao tenho nada com isso, não sei deixar pra lá, me omitir.

No entanto, não julgo ninguém e nem censuro ninguém, apenas nao entendendo alguma coisa espantosa que está ocorrendo. Mas seria um cínico se não revelasse a razão esse meu digamos, espanto.

Faço antes um parêntese porque conversa de véio cansado e meio caduco é muito parecida com conversa de bêbado, com aquele vai e volta. Vejam bem, sou inegavelmente u crítico da ditadura militar, crítico veemente, mas nada tenho constra a instituição Forças Armadas. Detalhe: um primo-irmão de minha mãe pessoa que a gente estimava muito foi herói de guerra na Itália, lutando contra o nazi-fascismo. Foi condecorado. Um saudoso tio meu foi oficial da Aeronáutica (por sinal grande músico e maestro da orquestra da Base ), um saudoso irmãofoi oficial da reserva, o marido de uma tia querida foi tamabé oficial da Aeronáutica, além disso conheço vários militares. Resumindo: nada tenho contra as Forças Armadas como instituição. Sei també que no momento as Frças Armadas estão cumprindo fielmente sua função constitucional. Fecho parêntese.

Agora vou ao ponto que está me incomodando: um general da reserva, o general Mourão, vice do Bolsonaro, faz uma série de declarações absurdas, tipo dar a entender que nfgo e índio são indolentes, que filhos de mães que vivem sozinhas sem a presença de pai e avô podem virar desajustados e ingressar nas narcos quadrilhas e, ainda, diz que os africanos são uma mulambada, e quase ninguém protesta, nem contesta, nem comenta, nem se revolta... Sinceramente, não entendo. Qual o motivo? Ele não disse nada demais? Concordam com o que ele disse? Relevam porque apoiam o candidato dele? Ou estão co medo de alguma coisa? Não sei, mas acho isso um absurdo. Se não dissesse ficaria engasgado.

Sou um homem comum, velho, doente, pobre, com sangue índio, negro, sem cultura, meio medroso para dor e com um medo danado de barata, rato, alma penada e assombração e, claro, medo de mulher braba. Mas medo de outro homem, graças a Deus, nãotenho não, sea ele um véio que nem eu, um lutador de karatê, umricaço, um mandachiva, um bispo, um cardeal ou um general. Para mim é apenas outro homem, com os meus direitos que eu. Se sou cidadão e se sou livre posso e devo dizer o que sinto sem ódio e sem medo.

Não, não estou magoado, nao, nao temo, tambpe, ser incompreendido. Nada disso, se háuma coisa no mundo que respeito é a opiniao contrária a minha. Vou dar um exemplo: se alguém vier a público e endossar as idéias e pronunciamentos do general, eu respeito. O que estranho e fazer de conta que não sabem de nada. Na vida temos que ser sinceros e nunca deixar de se pronunciar quando se aranha os direitos humanos. É isso que tinha a dizer, simples assim. Eu sou assim, quem quiser gpstar de mim eu sou assim, se ritico o civil critico o militar e oescambau. E priu. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 20/09/2018
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