15 + 15 = À Trinta e Um Terço.

Chegou o dia em que a primavera realmente chegou em minha vida e saiu aquele frio inverno.

Eu fiz não mais um aniversário, eu fiz trinta! Muitos estudos apontam esse ano diferente e igual para cada pessoa. Explico. Para algumas é o fugitivo da realidade da vida real, para outros é justamente o amanhecer da realidade na vida. É um sol que nasce dentro de você sendo meia noite. É quando seus olhos se abrem mesmo estando dormindo, ali você acorda de um transe vivido por muito tempo e geralmente opressor. Para alguns é uma mudança de gênero, para outros é apenas o começar a praticar um esporte, para outros é uma mudança de profissão, para outros é se descobrir intelectualmente, e ainda amais a outros a descoberta de um novo universo para você.

Eu tô aqui no meu sofá, tomando meu café à meia noite, escutando Jorge ben Jor e Tom Jobim e não porque é "cult" mas poque eu gosto, eu choro e me inspiro. (estão chegando os alquimistas) (sei lá, a vida tem sempre razão) Eu nunca fui tão sincera comigo mesma, e agradeço as pessoas (por mais ruins que foram para mim algumas) que passaram por mim, e por tudo o que vivi. Sim talvez uma coisa ou outra me arrependo, mas não me arrependo de quem me tornei hoje, com 30 anos e 3 meses.

Para mim essa cronologia chegou como libertação. Liberdade de tudo que um dia me privei de fazer ou de ser por medo do que a pessoas iam pensar ou o que a ideologia de algumas localidades iriam me jugar à res(des)peito. Eu me encontrei. Eu fiquei forte. Eu mostro minhas cicatrizes. Minha imperfeição. E quem suportar ficar é porque quisera descobrir ou já encontrou minhas dádivas. É assim que tem que ser, quando você descobre que "mal nasce, começa a morrer".

Há muitas cadeias que se abriram e eu não vou expor todas em um único texto, pois em cada uma há uma particularidade. O que posso dizer é que hoje eu não sou espectadora da minha vida, eu a canto, a escrevo, a produzo e a vivo; intensamente.

Nunca imaginei ser Dona de mim mesma, nunca imaginei ser feliz com minha companhia, ficar em casa num sábado a noite sozinha e feliz. Há uma plenitude na solidão onde você se acha e não quer mais se perder em/ou com ninguém. Sem personagens, sem máscaras, apenas a sua vida real.

Minha vida chegou junto com essa idade, antes eu só representava.

Judy Cavalcante
Enviado por Judy Cavalcante em 23/09/2018
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