O macho.

Às vezes eu chego a me assustar com comportamentos marcados pela violência machista, mesmo que indireta.

Sempre vi no diálogo a maneira mais salutar de se chegar a algum ajuste, ao crescimento moral, ao desenvolvimento da paciência.

Confesso que, muitas vezes, quando me percebo impaciente, saio de cena porque sinto que não vai haver evolução para nenhuma das partes naquela conversa. Já fiz isso várias vezes, me desculpando, e digo que não vai haver mudança de opinião de nenhum de nós e que está tudo certo, cada um no seu rumo, fazendo a sua própria história.

Ontem mesmo eu recebi alguns videozinhos do candidato fascista e resolvi excluir. O pior: era uma pessoa pobre de direita, que, realmente, eu tenho dificuldades em entender. Eu não gastaria o meu precioso tempo ao ouvir o que não compactuo e nem acredito, mas gravei um breve áudio para quem me havia remetido a matéria, dizendo que eu estava mais interessada em saber como ia a sua família, como andava a vida...

Mas ocorreu um caso nesse Recanto e nem sei quanto tempo faz. Eu me lembro, há tempos, fiz um comentário a respeito de um texto de um colega no sentido de acrescentar uma informação histórica. Apenas isso, coisa muito simples. Eu não sabia que a pessoa iria se ofender tão profundamente. Nunca mais acessei aquele texto. Passados vários meses, esquecendo aquela leitura, voltei ao texto e percebi a resposta: o autor havia me desqualificado de forma cruel e muito, muito agressiva. Rapidamente respondi e, literalmente, exigi respeito.

O tempo passou de novo e nunca mais acessei o sujeito.

Hoje, vendo o seu nome na página inicial, resolvi acessar só para perceber se eu estava bloqueada ou não. Estava. Gente, eu caí numa gargalhada só.

Se eu fosse homem, provavelmente não teria sido escorraçada apenas por uma correção de um conteúdo da história do Brasil, matéria na qual trabalhei por 30 anos, inclusive no meio universitário.

Acabei ficando com dó do sujeito. Magistrado que é, pensa que sabe demais e pode tudo. Evidente que também não sei demais. Longe disso. Muito me orgulho de aprender um tanto a cada dia. E nunca, jamais, deixei de me sentir pequena. Mas essa... essa me fez rir e muito.

Vera Moratta
Enviado por Vera Moratta em 04/10/2018
Reeditado em 05/10/2018
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