Presos No Elevador
Quem já se imaginou nesta situação?
Nem que seja em insights efêmeros?
Pensamentos que vêm e vão
Vulneráveis, nós somos só números.
Você entra no elevador,
Esbarra em um alguem qualquer
Escolhe o andar pra onde for
E se lembra que ainda tem fé.
Percebe que todos, vibrantes
Se entreolham só por se olhar
Mas o que querem esses viajantes
É apenas descer em seu andar.
Essa é uma cena bem típica
Que muitos puderam viver
Porém outra cena atípica
Conto agora e a faço entender:
Eu e ela saímos falando
Sobre a aula de um tal professor
Quando em meio ao papo e andando
Nós chamamos o elevador.
Somos meros alunos dispersos
Que a psicologia tratou de alcançar
Na sala falávamos de uns versos
Que a poesia nos fez apreciar.
Desconhecidos até essa aula
Já que o "acaso" bem nos "amigou"
Ela é jovem e parece bem calma
Ela é calma e parece que eu sou.
Com o térreo em comum destino
Entramos na caixa suspensa
Pra um papo que estava fluindo
Quatro andares quase nem compensa.
Mas pra complementar a surpresa
Eu preso e ela também
A caixa com um tranco em destreza
A emoção nos pegou sem desdém.
Ela é forte e bem corajosa
E eu até que fingi com decência
Ela se embalou numa prosa
E eu ali solicito a emergência.
Sobre nós, bem que o papo rendeu
Sei que ela já até palestrou
Sobre o fato, o que surpreendeu
Foi que o papo ali se aplacou.
Quando enfim outras vozes falaram
Mais um tranco também se ouviu
Os peritos apostos chegaram
E a porta por fim se abriu.
Poesia é falar dos momentos
Como se fossem sempre legais
Mas legal mesmo, foi o advento
De em meio ao caos ter a paz.
Se permite dar uma opinião
No Pitágoras vá só de escadas
A menos que o seu coração
Seja forte e aguente pancadas.