Limite

Estava no banheiro da sorveteria que meus pais trabalham. Como os dias estão quentes, houve uma invasão de abelhas no local. Muitas dessas abelhas acabaram morrendo por conta da dedetização que ocorreu dias atrás. A janela do banheiro estava fechada e percebi que muitas delas estavam procurando a saída. Na tentativa de ajudar, abri a janela e nisso percebi que uma abelha cambaleou e pousou na janela. Ela estava muito fraca. Achando que ela estava completamente debilitada, eu tentei pegar a abelha para conseguir colocar ela do lado de fora. E nesse momento ela me ferroou. O que era pra ser um ato de altruísmo, acabou na dor de quem tentou ajudar e na morte de quem foi ajudado. Essa situação poderia ter terminado de outra forma e isso me fez refletir.

Eu subestimei a capacidade da abelha, considerei que ela não tinha condições de sair janela a fora sozinha e aprendi da pior forma que eu estava errado. E a abelha, não tendo ciência das minhas intenções, agiu por instinto para se proteger e me picou. O que a matou. Se eu tivesse apenas deixado a janela aberta e saído dali, a abelha iria, aos poucos, escalar a janela e sair para fora. Viva.

Há um limite até onde se pode ajudar alguém, e é nesse limite que entra a participação da pessoa ajudada. As pessoas têm condições de resolver seus próprios problemas, o que elas precisam é de alguém que apoie, auxilie, mas não que faça por elas. Do contrário, a situação pode terminar de duas formas: ou elas vão se aproveitar da sua boa vontade e te explorar, ou vai acabar que nem a situação que relatei - com dor.

Vitor Augusto Vogt
Enviado por Vitor Augusto Vogt em 21/10/2018
Código do texto: T6482304
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.