VIDA NOVA
Ontem banhei-me em águas cristalinas. Como foi bom! Como foi lindo!
Nunca tinha visto um lugar tão perfeito!
Um grande lago e uma enorme floresta.
Tenho certeza que você já viu ou passou por lugares semelhantes. Mas o que me hipnotizava neste lugar era o verde das árvores e a clareza e abundância das águas. Transmitiam vida. Sentia-me plena naquele lugar.
Nadei por horas e não me cansei. Logo eu, tão acomodada a minha mesmice. Todos os dias o mesmo itinerário: acordar, trabalhar, dormir... o que faço além disso, me cansa. E agora me vejo ali, nadando, nadando...
Permaneceria ali para sempre, e sei que não me cansaria.
Mas de repente uma enorme curiosidade me põe a pensar: de onde vêm essas águas tão cristalinas?
Antes eu não soubesse!
Comecei a caminhar e pouco depois me vi saindo desse lugar. O cenário foi mudando. O verde foi se transformando em cinzas.
Agora eu via morte.
O lugar se tornara seco. O ar se tornara úmido. Ficou difícil respirar.
Senti-me cansada...
Foi aí que vi... A nascente daquela água.
O lugar era estranho. Muito, muito seco. As plantas mortas. Era um lugar plano cercado por altas montanhas.
Fiquei me imaginado presa neste lugar e me senti mal. Só havia uma saída. Lugar perfeito para uma emboscada.
Corri o mais rápido que pude para sair dali. Caí. Mas levantei-me.
Voltei ao lago. Senti novamente a beleza. A simplicidade.
É aqui que quero permanecer. Agora eu tenho certeza...
Quero desfrutar das maravilhas desse lugar.
Não quero mais voltar atrás.
Nunca mais...