Crônica de uma sociedade crise

Era de manha, estava preparando meu café. Fui para a sala e liguei a televisão. Depois de ligada, apareceu na tela uma figura franzina com ar de pena, depois de um tempo percebi, era um pastor pedindo a senha do cartão de crédito dos fiéis. Troquei o canal. Neste outro passava um jornal matutino. A ancora noticiava um ataque terrorista de um nazista judeu a uma sinagoga. Perplexo desliguei a TV e fui pegar mais café.

Decidi pegar um táxi para o trabalho. Ao chegar o taxista me cumprimentou e então entrei. Estava com dor de cabeça e perguntei ao

Taxista:

— O senhor teria um remédio para dor de cabeça?

— Não, desculpe – Respondeu ele.

— Mas teste piscar três vezes. Vi na internet que isso funciona – continuou o motorista.

Parei por um momento e pisquei três vezes, não funcionou. Cheguei ao trabalho, paguei o taxista e sai do carro. Entrei no prédio, eu trabalhava num escritório, e cumprimentei os recepcionistas. Como trabalhava no ultimo andar peguei o elevador. Quando o elevador chegou ao segundo andar, entraram dois homens discutindo acaloradamente.

—A ONU quer implantar a ditadura gay no nosso país através do George Soros, se você não vê é porque você é cego.

— Você fica falando da ONU enquanto a cia treina agentes pra roubar nosso petróleo.

A discussão continuou quando eles saíram do elevador. Com um pouco da sanidade recuperada cheguei ao meu andar. Quando sai do elevador dei bom dia a uma moça que ali estava. Assim que proferi as palavras ela esbravejou gritando efusivamente:

— Quem é você para me dar bom dia? Não preciso da cordialidade masculina. Abaixo o patriarcado! E virou as costas andando como se calçasse tijolos.

Assustado e desnorteado entrei no meu escritório fechei a porta e peguei um café, coloquei “Another Brick in the Wall” e comecei a trabalhar.