CINE HOLLYWOOD - Um Alemão no Icapuí

Estava em viagem de férias com a família – o sol a pino e o calor ameaçando o conforto da temperatura amena dentro do carro - quando em dado momento, uma vista digna de cartão postal abrilhantou o dia.

Saí primeiro e após uma inspeção de segurança nos arredores – vai saber – indiquei para a patroa e o filhote que podiam descer ali à beira da estrada.

Um corte no morro - e o mar azul contrastando com a areia amarela das falésias juntamente com as jangadas estacionadas a bel prazer – davam uma conotação de rusticidade àquela paisagem.

Um momento ímpar de paz e beleza. Com o devido cuidado me aproximei mais da beira do morro para curtir o mais próximo possível o infinito azul – com a inseparável camera na mão.

Após alguns cliques e poses da família, sefies e tudo o mais – outro carro chegou.

Umas cinco pessoas com cara de felicidade desceram do carro – deixando-o com as portas escancaradas e quem sabe até com a chave na ignição. Turistas – claro. E desavisados.

No lado oposto outro automóvel se aproximou e desceu um senhor branco de faces avermelhadas – outro turista pensei.

Uma senhora do primeiro grupo se aproximou do senhor e ele começou a conversar com ela. Percebi pela cara de paisagem que ela não estava entendendo o que ele estava falando.

Decerto um alemão perdido por aquelas bandas. O vento - incansável nos meus ouvidos – impedia-me de ouvir aquela peleja de estrangeiros.

Fui me aproximando, quando em dado momento a senhora e o “alemão” caminharam em nossa direção. A mulher falando em francês – perguntou alguma coisa para outro companheiro de viagem.

“Inté hoje” ainda não sei diálogo. Mas era alguma coisa – tipo:

- O que ele está dizendo?

Na linguagem universal das mãos – entendi que o parceiro de viagem também não estava sabendo do que se tratava.

Até que... Eureka!

Surgiu no horizonte um nome conhecido: FERNANDO DE NORONHA.

Era o alemão - esbaforido pelo bucho cheia de cerveja da Baviera – imaginei. A areia frouxa denunciou a falta de preparo.

Suando em bicas e apontando para o mar disparou:

- Tem “asparência” de Fernando de Noronha.

Era um cabra da peste falando o “cearencêis”.

Bom, pelo menos isso eu consegui traduzir.