Gigi

Entre gatos e flores mora Gigi.

Gigi, a menina de boca vermelha que queria ser Brigitte Bardot. Ah, Gigi... és mais bela que a Monroe, suspira a poeta para a orquídea branca de encontro ao carpete azul-marinho. Escondida. Uma flor quedante. Gigi, minha flor. Quem te fez mal, ó flor? Quem foi que te apertou, teu corpo pequeno, indefeso, e exigiu do broto o que não era hora de florescer? Eu sei, Gigi. Sob o teu disfarce a pureza é infinda. Gigi, és linda. Não te afastes de mim, Gigi. Não quero o teu mal. Tudo que eu queria era o que levaste contigo. Queria. Futuro do pretérito. Sabes o que significa, Gigi? Ir aonde ninguém foi, em busca do que ainda ninguém quis. Dizem que porque não existe mas não, é que todos disseram impossível. Nada é impossível para um sonhador. Percebes o perdedor oculto nas palavras, Gigi? Nada... impossível... sonhador! Um sonhador, Gigi, é um fracassado. Certa estás, tu que te escondes nos bastidores sem impedir que teu brilho ilumine os infinitos palcos. Frente a ti, sou plateia, Gigi. Sou mariposa buscando me arder na tua luz. Já te falei que és bela? Que o teu sorriso é abrir a janela do sonho e deparar-se com um céu iluminado de estrelas? Estou sendo piegas, Gigi. Perdoa. É que bebi de menos. Agora devo partir. Daqui a pouco chega o meu amor e eu não quero que ele me veja aqui, Sou orgulhosa, Gigi.

Srta Vera
Enviado por Srta Vera em 14/11/2018
Código do texto: T6502574
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