CONSCIÊNCIA NEGRA, BRANCA OU AMARELA...

A frase atribuída ao ator Morgan Freeman, argumentando que só existe racismo porque nos preocupamos com a consciência negra, e que se nos preocupássemos com a consciência humana o racismo não existiria, não é razoável no sentido étnico-histórico-racial, só filosófico.

A utópica 'consciência humana' é uma invenção que jaz nos sonhos, na quimera, com direito a cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente. Por preconceito, nunca ensinamos a história da África nas escolas, do ponto de vista africano, sua ancestralidade, religiosidade, a história de um povo sequestrado.

Falar sobre o não cumprimento da Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", é ter Consciência Negra.

É preciso falar da força dos Quilombos, as organizações de resistência e as relações socais que lá eram criadas. Discutir em sala de aula sobre quem era o negro que veio acorrentado para o Brasil, sua origem e cultura.

A frase recorrente: "Eu não sou racista, tenho vários amigos negros", é uma frase racista. As pessoas têm amigos, não amigos 'negros', 'brancos', 'amarelos', apenas amigos e isso não se justifica. Perceber onde está a segregação na política e combatê-la nas urnas, é ter Consciência Negra.

Não levando a discussão para a sala de aula sob esse aspecto, perdemos a oportunidade de tratar de forma pedagógica sobre a origem do racismo e, com esse conhecimento, viés e olhar, identificá-lo e combatê-lo dentro da nossa sociedade racista.

Ricardo Mezavila.

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 20/11/2018
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