Cristo Redentor

A primeira vez que cheguei ao Rio de Janeiro, era no final do ano de 1954. Foi para mim um deslumbramento surrial. Ao aproximar da Cidade Maravilhosa, avistei ao longe entre nuvens, montanhas e matas, o Cristo Redentor, me recebendo de braços abertos. O sentimento de fé me fez orar em pensamento, pedindo a Ele que me fizesse vencer naquela maravilhosa cidade. Nem a saudade de meus pais me fazia desistir daquela empreitada aventura.

Alistei e em 1955,servia o Exército, era um clima tenso, pois a morte trágica de Getulio Vargas mexia muito com o sentimento dos cariocas. Devido o meu bom comportamento, aos nove meses poderia ter dado baixa, mas a posse de Juscelino Kubtschek , estava ameaçada e tive que servir mais quatro meses na caserna. Ao dar baixa, não tive sucesso na vida civil, embora tentasse mais uns três anos. Tive vergonha de voltar com uma mão na frente e outra atrás. Quando se é jovem, a vaidade e o orgulho mexe muito com o comportamento. Tinha sobre mineiros, uma citação que não saia da minha cabeça, era; os três tipos de mineiros: o inteligente que abandona logo Minas Gerais. “O heroico, que nasce e permanece. O burro, que saí e volta”. Mas rompi com essa barreira. Em 1958 voltei para o interior de Minas Gerais.

Não estabelecer na Cidade Maravilhosa, foi uma grande frustração na época. 1961 mudei para Belo Horizonte, e aqui quero deixar meus ossos.

Lair Estanislau Alves.