Gente deve ser bom

É engraçado porque geralmente as pessoas dizem que sorrio pouco da primeira vez. E falo pouco também. Mas claro, encontros casuais, embora sejam os mais verdadeiros, nos pegam desprevenidos e essa coisa toda de interagir é naturalmente escassa em mim quando soa obrigação. Eu devia ser diferente, eu sei, mas é que esse jogo social me exige uma preparação psicológica. Talvez por isso, e só por isso, os encontros marcados recebam minha melhor versão.

E o que deixa engraçado, é que nosso encontro foi casual, mas com você a contração das minhas bochechas foi voluntária. E eu fiquei tentando explicar porque o guarda-chuva amarelo seria o presente mais bonito que eu poderia ganhar ... eu dou risada do tanto de gente que já envolvi nessa busca, e essa coisa aparentemente simples se tornou uma missão impossível. Mas se posso afirmar alguma coisa, só quem entende a simbologia incrível que ele tinha na série e meu histórico amoroso, iria entender.

Eu disse que a minha escola de vida tem ideologia sim, até porque não dá para existir sem alma, e você me pediu que ficasse para sempre.

Quanto tempo isso dura? Até minhas saudades são confusas. Eu queria te contar que enquanto ouvi os velosos cantarem “todo homem precisa de uma mãe” senti vontade de agradecer. Talvez eu não fosse viver momento mais delicado essa semana. Lembrei de você dizendo que se fomos escolhidos, então estaríamos aqui pulsando. E que nosso hoje, não é como o de nossos pais. Sorri pra você de novo, mesmo sem você ver.

Pode vir, ano velho. Gente deve se bom.

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#TextoDeQuinta

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 29/11/2018
Reeditado em 02/12/2018
Código do texto: T6515026
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