O mundo beligerante e o Natal nas trincheiras

Um belo dia veio a guerra. Vir não deveria, tampouco ser declarada. Um exército ataca, o agredido defende-se, depois ambos entre si hostilizam-se, contra-atacam inúmeras vezes. Para os envolvidos, militares ou civis, os belos dias são pesadelos e ninguém adivinha até quando serão os estragos. Para os que estão fora os belos dias continuam, mas a sensação de serem atingidos pela guerra incomoda, ainda que em remota possibilidade. Noticiários ao vivo são estarrecedores. Por que a guerra? Qual a causa de tanta insensatez, tanta estupidez, tanto morticínio? Por que uns desejam a supremacia sobre outros? Sim, qual a causa? O ápice de continuados desacordos, o clímax de uma interminável disputa? Interesses econômicos prejudicados? Antagonismo histórico? Ou tudo junto somado a divergências de valores, crenças religiosas ou dogmas? A intolerância religiosa como pano de fundo, mas na verdade muitas vezes a causa principal reside na soberba de ambiciosos beligerantes que não hesitam em sua ganância sobre os bens de outras nações.

Enquanto isso o mundo gira em seus dias belos ou sombrios. Apesar de duas guerras mundiais passadas, outras de menor tamanho sucedem-se. Guerras, guerrilhas, ou combates entre facções continuam.

Os países neutros vivem em paz. Assim cremos, embora digam as estatísticas que hoje as perdas humanas em conflitos urbanos em qualquer lugar têm aumentado e feita a comparação ultrapassam o número de mortos em cruentas batalhas. Desde os primeiros tempos a humanidade assim sobrevive: em paz entre sucessivas guerras.

A guerra começa no momento propício para quem ataca, em qualquer mês do ano. Em dezembro, soldados cristãos em batalhas celebram o Natal nas trincheiras. Isto é um paradoxo.

Dizemos que a intolerância religiosa é pano de fundo para o conflito armado. Em nossa opinião, mera desculpa. Também a meu ver seria pior se as divergências de credos fossem sempre motivo. Veríamos nosso mundo destroçado por mais e mais guerras se muitas nações não fossem seguidoras da doutrina de Cristo, o Príncipe da Paz, que veio ao mundo para salvar a humanidade. No tempo vivido por Jesus as nações viviam entre ásperos conflitos e as questões religiosas destacavam-se, pois cada povo tinha em sua mitologia a criação do mundo e o começo da humanidade era contado de diversas formas.

Em seu tempo, Jesus, ainda menino brincava livremente nas vielas de Nazaré. Longe dali o exército romano tomava à força os territórios dos inimigos, em bestial derramamento de sangue. Matavam, saqueavam, queimavam, escravizavam, humilhavam. Tudo pela grandeza e glória de Roma. Invadir para não sofrerem invasão, dominar para não serem dominados. Eram as premissas levadas pelos comandantes romanos aos ouvidos dos soldados e dos mercenários a soldo, dispostos a tudo.

As religiões primevas com sua hierarquia de deuses antropomórficos perderam-se, foram esquecidas. Atualmente existem apenas quatro religiões com maior número de fiéis: Judaísmo, Budismo, Islamismo e Cristianismo.

Todos os cristãos sabem e creem que Jesus Cristo morreu crucificado e seu fim como homem enviado por Deus culminou com sua sublime e vitoriosa missão. O tempo hoje no mundo todo é regido pelo calendário da Era Cristã. Jesus mudou a história do mundo em duas partes, antes e depois de Cristo AC/DC. Nenhum profeta, nenhum gênio, nenhum sábio, nenhum cientista, nenhum rei ou líder foi capaz de mudar a humanidade como Jesus mudou, sem nada deixar escrito. Jesus apenas ensinou verbalmente e deu exemplos de amor ao próximo. Suas palavras são repetidas a toda hora em qualquer lugar deste planeta onde viveu.

Chegamos em dezembro do ano 2018 da Era Cristã. Dezembro foi o mês eleito pela humanidade para datar o nascimento de Jesus. Celebremos em paz e em família o Natal do Deus Menino. E que a união fraternal e a paz perdure em todo o ano novo.