Escrever é conversar consigo mesmo.

Às vezes eu penso

Que escrever é conversar consigo mesmo

Discutir as nossas próprias relações

Chegando a uma conclusão incentivadora.

Ou, a lugar nenhum.

Nem todos entendem este relacionamento singular

Onde conversamos com nós mesmos

Através das escritas em um papel

Ou numa tela de computador

Talvez façamos parte de uma nação de covardes

Onde sem coragem para falar frente a frente

Escondemos-nos atrás de um manto

Bordado de utopias e por que não de vaidades?

Usamos uma fachada de grandes escritores para nós mesmos

Onde protegidos por uma área de conforto nos inserimos num mundo coletivo.

Ou seríamos os mais corajosos dos humanos

Querendo proteger ao mundo todo

Expondo as atrocidades que só nós percebemos?

Outras vezes diferenciando os falsos amores dos amores verdadeiros

E os mostrando desnudos ao mundo.

Existe o mundo das artes belas incompletas que nós criamos

E o das Belas Artes no qual a nossa vida poderia se moldar

São tão perfeitas que parece não fazer parte do nosso mundo.

Seria a perfeição algo de outro mundo?

Talvez escrevamos para conhecer mais a nós mesmos

Tentando desvendar os mistérios de nossa Alma

Ainda com resquícios da pureza divina

E que pelas impurezas do mundo definha.

Interessante este conflito dos mundos

A nossa visão do mundo

A visão dos outros deste mundo

E o mundo real que é insensível aos nossos mundos

Ele aí está e pronto.

Mas... É inacabado.

Por isso talvez a nossa impressão de que podemos mudá-lo

Sempre para melhor

O mundo já mudou pela Esperança, muitas vezes pelo Amor.

E infelizmente outras vezes pelas guerras, pelos ódios e por isso pelos revezes.

Que deixaram cicatrizes e vez ou outra os curativos se abrem

E o mundo olha espantado para si mesmo, pois se julgava perfeito.

Juntar todos os mundos, o meu, o teu e o real.

Requer tanto e parece tão pouco.

Apenas discernimento.

Quem sabe as pessoas acomodadas aceitando o mundo com vem e vai

Vivam mais felizes criando um meio-termo para tudo, nem só terra, nem só mar.

Do que nós eternos questionadores dos acontecimentos.

A procura sempre dos pontos extremos.

Para chegar às estrelas basta tirar os nossos pés do chão.

Robertson
Enviado por Robertson em 03/12/2018
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