Carta de Despedida a um Amor Selvagem.

(Esta é uma carta de amor)

Sofri demais com você. Nunca em meus 62 anos de vida havia passado por tantas humilhações e ofensas. Você é uma pessoa bruta e sem paz interior. Infeliz e não aceita outros felizes ao seu redor. Percebi isso em diversas ocasiões. Talvez devido aos traumas de infância, violência doméstica, etc. Não admite que é você quem precisa de ajuda, tratamento. Sempre te disse que essa sua fúria contra o mundo não é normal. Juro que relutei durante meses a te enviar esta carta. Não queria, mas estava escrito que não daríamos certo mesmo. Sou pacifista e você belicista. Agora foi demais! Suas loucuras, brigas consigo mesma. Já reparou que você começa uma discussão e consequentemente uma briga do nada e muitas vezes por nada? Muito estranho! Meus nervos estouraram! Me fez passar por diversas situações constrangedoras perante minha família, amigos e conhecidos. Se fosse enumerar... Sempre me agrediu de forma violenta e desproporcional. Agressões, xingamentos, baixarias e outras coisas que minha educação nunca permitiu. Não fui educado assim! Nunca bati em mulher e para não fazer isso com você treinei meu emocional como um monge tbetano. Suportei! Suportei por amor, ao máximo.Te amei mesmo! Do fundo de Minh 'alma! Espremi para tentar te ajudar e ficar ao seu lado, mas muitas vezes, como você presenciou, para evitar maiores conflitos, virei as costas e fui embora. Lembra o quanto foi covarde quando invadiu minha casa, me deu um tapa na cara sem motivos (conjecturas... As mesmas conjecturas de sempre) e ainda por cima fez um B.O invertendo a versão dos fatos, colocando-se como a vítima e eu o agressor? Lembra, né?!Aquele gesto me ofendeu de morte e mesmo assim fui capaz de perdoar e continuar contigo. Se fosse outro cara teria te partido ao meio!

Tivemos nossos bons momentos. Momentos mágicos na Estrada do Pecado, nossas mais de 1.300 transas em 3 anos, nossos porres, músicas, risadas, aquela trepada no jirau, dentro d'água, onde quase desmontamos o madeiramento, nossos fins de tarde... E os bilhetinhos, as flores e até o livro que escrevi e dediquei a você?Ah! Meu coração dói!

Reflita! Muda! Por favor! Muda por você, por seu filho e sua família (que aprendi a gostar). Ponha em prática o dom da paciência e da mansidão. Desacelere.Veja a vida com olhos mais plácidos. Perceba que muitas das suas crises tem início após a ingestão de certa quantidade de álcool. Você não é uma pessoa má, ao contrário. Tem um coração gigantesco! Queria ser seu homem, quero ser seu amigo e torço com todas as minhas vibrações para você se dar bem na vida, de coração, e quem sabe encontrar um companheiro que não beba e muito menos te bata. Caso contrário, irá sofrer demais na vida! Queira ou não sou mais velho e tenho mais vivência e experiência que você. Tenho meus defeitos, lógico, quem não os tem? Mas tenho também boa bagagem de vida e sei o que estou falando. Posso parecer um louco aos olhos de muitos, mas sou mais sóbrio do que muitos abstêmios por aí! Você sabe.

Toca sua vida que vou tocar a minha. Foi bom! Talvez um dia nos reencontramos em outra situação, em outras circunstâncias... Talvez... Em paz!

No mais, acredite em você e diminua o consumo de cigarros!

Por fim, só te peço uma coisa: não desonre o meu nome! Não faça como fez a outra! Sobre você só terei elogios e boas recordações.

Caso um dia precise de mim, para o que quer que seja, sabe onde me encontrar.

Vou procurar um bar. Preciso beber!

Adeus, Alfreda!

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 05/12/2018
Reeditado em 05/12/2018
Código do texto: T6519863
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