Quando se perde um grande amigo!

Alex esse era o nome do meu grande amigo, ele era um daqueles amigos que te ensina a andar de bicicleta, jogar vídeo game “Atari”, lembro que brincávamos juntos, ele morava em frente a minha casa e sua mãe permitia que eu e meu irmão fossemos em sua casa brincar com ele. Então passamos a ser grandes amigos, e todos os dias íamos brincar em sua casa.

Ele tinha uma bicicleta e começou a ensinar meu irmão a andar de bike, na casa dele jogávamos vídeo game e como ele gostava de ensinar nossa amizade crescia, passamos a freqüentar sua casa quando sua mãe nos chamava.

Parecia que como amigo ele só tinha eu e meu irmão, na realidade ele só tinha nós de amigos e percebi também que tinha dias que ele não dormia em sua casa ficava alguns dias ausente, mas eu não entendia nada e quando nos encontrávamos aproveitávamos para brincar e se divertir.

Quando estávamos brincando nos intervalos das brincadeiras sua mãe trazia uns ovos meio crus, para ele comer, não sabia o porquê e achava aquilo horrível e ele também não suportava, sua mãe dizia que era bom para sua saúde, então ele tomava meio contra a vontade.

Sua mãe era muito legal nos tratava muito bem e gostava que fossemos brincar com ele, ela estava sempre com o rosto abatido, com um semblante de tristeza eu não sabia o porque que ela era assim tão triste. Um dia estava brincando e conversando quando reparei que sua mão estava roxa e com um curativo, a mãe dele disse que era um remédio, e desse dia em diante ele sempre aparecia com a mão daquele jeito machucada, e seus períodos de ausência aumentava, ele já não tinha mais cabelo nem sobrancelhas e vivia abatido, até que um dia quando em uma das nossas ultimas brincadeiras descobrimos que ele tinha uma doença incurável “Leucemia”, passei a entender o porquê do ovo quase crus que ele era obrigado a comer, das mãos sempre roxas e machucados do soro, do rosto de sua mãe sempre triste, agora nossos momentos juntos já eram raros, pois sua saúde piorava a cada dia, perguntávamos sempre sobre ele e sua mãe dizia que ele iria melhorar, naquele coração cheio de esperança que acreditava numa cura.

No hospital onde sua vida estava se findando ele pediu que sua mãe desse um brinquedinho que ele tinha para meu irmão, estava fraco a doença estava vencendo seu corpo ele sempre perguntava de seus grandes amigos, lembro de quando me avisaram da morte do Alex cai no choro perdia um irmão, perdia um grande amigo. Tínhamos oito anos de idade e não entendia porque ele tinha sido levado, chorei nos braços de sua mãe que chorava e nos agradecia por termos sido amigos dele, chorava porque no pouco tempo que restava de vida para ele estávamos lá andando de bicicleta, brincado no apartamento e enchendo a casa de alegria. Eu e meu irmão choramos e acabamos aceitando que para ele tinha sido melhor descansar com Deus, imaginando que agora ele estava lá no céu brincando e ensinando ao anjos a andarem de bicicleta, a jogar vídeo game e a sorrir como uma criança feliz! Ao meu grande amigo Alex!

Fábio Beltrame

Beltrame
Enviado por Beltrame em 14/09/2007
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