O Doce dos Algodoes.

Hoje, agora a pouco, vi aquele senhor que vende algodão doce pelas ruas. Restavam-lhe alguns e rumava à pé para o leste. Perguntei quanto custava a unidade e quantos restavam. Ele olhou para a estaca forreada em isopor (provavelmente portador de catarata), demorou alguns minutos contando. Restavam 11 algodoes a 3 reais cada. Ou seja, 33 reais. Perguntei ainda com quantos algodoes ele saira pela manhã para vender. 25 ao total, respondeu. Ou seja, havia vendido 14 durante o dia todo. Num lapso de compaixão minha (O que pode ser raro dependendo do caso), pedi para que fizesse as contas de quanto ficava para eu levar os 11 restantes (Era noite. Ele já havia concluído seu serviço e provavelmente iria para casa. Aparentava cansaço. Venderia o restante no dia seguinte). Demorou alguns minutos contando. Total: 33 reais. Saquei o dinheiro e lhe entreguei dizendo que ficaria com todos. Ele se animou, pegou o dinheiro e foi logo retirando os palitos de algodão da haste de isopor. Neste momento lhe disse: não precisa! Siga seu caminho e entregue um desses 11 algodoes doces a cada criança que você ver na rua. Assim ele se foi, olhando para trás, para mim, cabreiro, ao redor, como se eu fosse um louco, um milionário, um ator em pegadinha ou um profeta messiânico. De qualquer forma, mesmo talvez errando em todas as assertivas por mim cogitadas e/ou a mim atribuídas, fiquei a imaginar se ele cumpriria ou não com o combinado.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 15/12/2018
Código do texto: T6527990
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