Feliz Natal Amigos HÕ, HÕ,  HÔ

DIA DE Natal.



Hoje é dia de Natal, eu sei por que a cidade estar em pavorosa num corre-corre frenético. Todo ano é assim, enfeitam todas as ruas, as pessoas compram de tudo e muito. Na praça perto daqui, tem um supermercado que fica abarrotado de gente querendo comprar e comprar. Nesta época também, as comidas que eles compram são meio esquisitas, praticamente só se vê neste período do ano. Roupas e sapatos nas lojas, não chegam pra quem quer, compram tudo. Luzes agente vê aos montões por toda parte acendendo e apagando o tempo todo, é uma beleza de se espiar. A noite soltam fogos, cantam e parece que sentem mais fome, já que levam para casa toda comida que encontram para comprar e que cabem em seus carros. Muita das vezes, na noite do Natal, agente aqui em casa não toma nem café, mas ficamos admirando os fogos, os gritos de alegrias que vem dos bares granfinos da redondeza e fico eu matutando como deve ser boa uma noite de Natal para essa gente que tem dinheiro de montão. As lagrimas dos fogos que sobem aos céus, encantam minha fiarada, mesmo de barrigas vazias, esta é uma noite que eles adoram vê passar a pouca distância de nós.
Depois da meia noite, que que é a hora em que eles começam a festa, eu saio depressa de casa com minha carroça de mão para apanhar as latinhas de cerveja e guaraná que eles jogam fora e que garantem a mim e a minha família uns trocadinhos mais volumosos no dia da ressaca deles.
Do Natal, eu já ouvi falar que é o dia em que Cristo nasceu. Também sei por ouvir falar que é o dia em que o Papai Noel visita as criançinhas e lhes dá presente. Às vezes meus guris perguntam se o Papai Noel existe e porque ele não vem trazer seus presentes. Confesso que não sei como responder! As perguntas que eles me fazem, são as mesmas que eu fazia para meu pai e para minha mãe e que por certo, eles faziam para meus avós. Acredito que deva ser por falta da chaminé por onde dizem que lê desce para entregar os presentes da meninada.
Quando eu era menino, nós morávamos no sertão onde nem água agente tinha sempre para beber. Depois, meus pais fugiram de lá em busca de comida e nós acabamos morando á beira do mangue onde pelo menos, não faltava siri, caranguejo e outras coisinhas do rio para se comer. De lá, quando eu me juntei a Rosinha, fugi para tentar melhorar de vida e vim parar aqui onde estou há vários anos ganhando umas pratinhas de dia para comer à noite. E daqui, com certeza, meus filhos tentarão fugir para buscar melhor sorte.
Por enquanto, dou graças a Deus e aos homens por esse bendito viaduto onde eu e minha família nos abrigamos da chuva e do sol.

João Ninguém

Do meu livro  Palco da Vida.


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