Todos iguais

Mineiros -aqueles autênticos, mesmo- são todos iguais!

Gostam de pão-de-queijo quentinho com café fresquinho -passado no coador de pano, pois que os filtros de papel não deixam a bebida com o mesmo sabor.

Não trocam um prato de torresmo e tutu de feijão por nada, absolutamente nada neste mundo! (E, de preferência, feitos no fogão de lenha, em panela de ferro e com banha de porco -um terror para os nutricionista de plantão.)

Apreciam uma boa pinguinha depois da janta, daquelas bem fortes, que se bebe de uma golada só, fazendo um horrenda careta ao final da ingestão.

Sem esquecer do cigarro de palha, de fumo de rolo, enrolado à mão, e pitado lentamente, sentado à soleira da porta da cozinha, enquanto a noite cai e a fumaça sobe em círculos que se desmancham no ar, levando junto os problemas do dia-a-dia.

Mineiro que se preze tem sempre um bom "causo" pra contar, na sua fala mansa, de gente que não tem pressa de chegar ao final -nem da história, nem da própria vida, pois se é mesmo mineiro, vai emplacar os 100 anos.

Sem falar da hospitalidade, do caráter desconfiado (de quem mora entre montanhas e nunca sabe o que vem de trás delas).

Moda de viola, casos tristes cantados em versos e rimas, que sensibilizam os corações e aproximam as pessoas, em torno de fogueiras no terreiro de café ou à luz da lenha do fogão já virando brasa.

Saudade! Saudade da roça! Saudade da vida simples do interior! Saudade da honestidade estampada em cada semblante daquela gente simples que por décadas sustentou doutores, senhores e poderosos com seu trabalho duro nos campos, na lavoura, no pastoreio e no manejo do gado!

StelaStela
Enviado por StelaStela em 15/09/2007
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