A Paquera

Todos os dias de manhã me levantava, abria a janela e saia de casa. Na rua se via a mesma cena, a rua em silêncio e as janelas abertas com lindas moças apaixonadas suspirando e ansiosas para ver seu amor passar. E em outras janelas, as senhoras abriam as janelas e colocavam os tapetes para tomar sol enquanto arrumavam o quarto.

Depois de um certo tempo a rua começava a se movimentar, onde os homens todos arrumados passavam e já escolhiam a sua janela com um olhar tímido e um sorriso apaixonado, paravam primeiro na floricultura escolhiam uma única flor e se dirigiam devagar a sua janela.

A moça escolhida abria um sorriso tímido ao vê-lo, pegava um lencinho branco, e deixava cair da janela. O rapaz parava o cavalo quase debaixo da janela, descia e pegava o lencinho, enquanto subia no cavalo o beijava e depois entregava para a dona que o pegava e cheirava, depois segurava fortemente.

Eles se olhavam e abriam um sorriso, ela agradecia e quando ia entrar ele a segurava pelo braço, entregava lhe a flor e deixava ela entrar, a moça fechava a janela e ele saia devagar olhando para trás querendo decorar a sua janela.

Eu voltava para a casa sempre me lembrando do melhor jeito de paquerar, mas hoje quando vejo meus netos paquerando sempre me pergunto cadê o romantismo daquele tempo que era tão bonito.