UM BRASIL NOVO?!

Barriga roncando, bate o desespero: Tião não resiste e rouba um Galak da gôndola do supermercado. Pega 6 anos de cadeia. Enquanto isso no parlamento, o político desvia mediante emenda parlamentar 6 bilhões de reais dos cofres públicos e fica impune, livre, leve e solto. De tão frequente, o crime torna-se banal e vira notinha de rodapé. A ganância aliada à certeza da impunidade leva o malandro a praticar estes e outros crimes como quem tira docinho de criança. O corrupto está como sempre sonhou estar; imaculado.

Um pouco menos agora, devido a esta série histórica de prisões.

Bem provavelmente está com medinho. Hummm... Na verdade um medinho meia boca. A maior parte está rearticulando estratégias para livrar-se das investigações e assim continuar roubando sem dó.

O povo brasileiro é mais do que nunca negligente, não perdeu a mania de ser o coelho prestes a ser devorado pela anaconda. Sua tolerância me foge à razão. Nunca em minha vida vi tantos bandidos engravatados ditos e malditos via imprensa, redes sociais, suspeitos ou envolvidos, roubando em cascata.

Presidentes, senadores, deputados federais, estaduais, ministros, secretários, juízes, desembargadores, procuradores, assessores, governadores, prefeitos, vereadores, presidentes de estatais diversas e uma matilha imensa de apadrinhados políticos, advogados... pulverizados nos quatro cantos desse Brasil bananeiro, enriquecem a olhos vistos impunemente.

Você que lê esta crônica alimentará, querendo ou não, a fonte do propinoduto de uma legião de mercenários. Leis, projetos e demais maracutaias têm método, e este método invade o caixa do povo arrebatando de centavos a milhões, seja na forma de impostos ou taxas. E não raro, multas desmedidas e pouco fundamentadas na lei.

Em 2007 o BNDEs patrocinou bandidos com “doações” bilionárias aos olhos de todos. E mais, artistas oportunistas (atores, cantores, cineastas etc...) conhecidos nacional e internacionalmente prospectam ou prospectaram financiamentos para projetos mirabolantes, ancorados nas leis de incentivo à cultura, aos moldes da Lei Rouanet.

Mas, sob a alegação de... “tudo dentro da lei” enganam até o talo. Com base nestes fatos aqui citados começo a ver certa lógica na atitude de muitos brasileiros que aventuram-se no chamado “turismo internacional”, com passagem só de ida e, certamente não é pra Cuba, Venezuela ou similares. Acima de meu pescoço ainda habita um cérebro ativo e que pensa, diferente de muitos outros.

Descortinamos nestes novos tempos, novos olhares, sob novas regras. Quiçá possamos reeditar esta crônica sob outro foco; um Brasil novo e mais justo para todos os brasileiros.