DEVEMOS CONFIAR SEMPRE?


     Eu, desligado, nem percebia, mas os sinais que recebia dela diziam alguma coisa.

     Todavia, seu comportamento padrão durante nossas caminhadas, não me sugeria que pudesse haver algo diferente do que eu estava acostumado.

     Mesmo seu eventual deslocamento em torno de mim, achava natural, pois parecia, lhe servia de “escudo” contra o maçante calor do sol.

     Embora desde pequeno ouvisse minha mãe sublinhar que não se deve confiar em todos, não havia nada que pudesse me levar à desconfiança.

Ao contrário. 

Eis que, acredite!

     Justo num desses dias em que os termômetros se cansam de tanto sobe e desce, caminhando juntos, como sempre, eis que, de repente, quando mais eu contava com sua companhia, em pleno sol a pino, ela desapareceu! Olhei à minha volta e nada!

     Desapareceu!

     É...

     Realmente minha mãe tinha razão em seu vaticínio: não se pode confiar em ninguém...

     Nem na própria sombra...




(com sol a pino, a sombra não resistiu...sumiu! rs.)



Agradeço bela ineração do poeta
RobertoRego, de sua memória:

"Nunca digas em dias de ventura
Que de outro coração tua alma é dona
Só porque de rasto te procura
Lembra-te sempre que na noite escura
A tua própria sombra te abandona."


À gentileza do POETA OLAVO, junto sua bela interação poética:

"NÃO QUERO VIVER NA ESCURIDÃO, // DE UM AMOR SEM PASSOS COM LUZ, // QUERO UM SENTIMENTO COM EMOÇÃO, // QUE ACEITE-ME COM TUDO QUE SEDUZ." 

Quando a gente pensa que já foi tudo dito, surge esta linda interação em minha crônica MORTE E VIDA, de 12/01/17,  da Escritora e Poeta LUZIA AVELLAR, que recomento conhecer; 

" Vi da vida, quase vida! Quase morte... que sorte! E viva a vida!