DEPOIS DE UM COPO....

DEPOIS DE UM COPO

Certa noite depois de um copo de cerveja ( na verdade, não era bem um copo, mais sim uma taça de barro, tenho esse gostar por tomar cerveja sempre numa taça ou copo de barro, enquanto bebia, pensava comigo: do Realismo eu venero Machado, do Romantismo cito sempre Alencar, e tenho paixão por Gonçalves Dias, do Parnasianismo não fujo de Bilac, do Cordel Leandro de Barros é o príncipe, no Modernismo, a rainha é Lispector, Mário de Andrade, é incrível, e Drummond é extraordinário. Passado isso ficava a pensar em como, concordar ou discordar de ambos sem que ferisse teus escritos, e naquelas alturas já estava no segundo copo, foi então que lembrei do amigo Samuel Nascimento poeta e escritor (presente de 2018), que carinhosamente chama-me de doida, rsrsrs, então fazendo jus ao apelido carinhoso dado pelo GRANDE Samuel, peguei o celular e escrevi lhe a seguinte mensagem: o que diria Gonçalves Dias se me visse agora a afogar-me numa garrafa de bebida, e se me ouvisse dizer que na minha terra não tem palmeiras, mas sim carnaubeira. O que diria Alencar se soubesse que apesar de apreciar sua maravilhosas obras “detesto” tamanha descrição a exemplo: para que descrever tanto o travesseiro de Aurélia Camargo, vulgo senhora. O que diria Bilac se soubesse que concordo com Machado e Drummond quando digo que o título de príncipe dos poetas deveria pertencer ao cordelista Leandro de Barros. O que diria Machado se soubesse que tenho uma opinião contrária no triângulo amoroso de Capitu Bentinho e Escobar, que os olhos oblíquos e dissimulados de Capitu escondia na verdade era a “inveja” do amor entre Bentinho e Escobar e não uma possível traição. Que diria Clarice se soubesse que antes de lê-la já segui sua estrela a espera da tua hora. Que diria Mário de Andrade, se soubesse que penso que Macunaíma não é filho do medo e da escuridão, mas sim da obscuridade do ser humano. O que diria Drummond se soubesse que concordo com ele de que a paixão é um sentimento pérfido, mas que aquece a alma. Terminada a mensagem, fique a pensar envio ou não, esvaziei o segundo copo e passei para o terceiro, então num click enviei, pensei comigo: ele agora tem motivos de sobra pra me chamar de doida, logo em seguida veio a resposta: doidaaaa, tu é uma doida mesmo, tu ressuscitou um monte de defunto, mas desde já digo logo eu gostei muito. Como eu sei que os elogios do “ancião” vulgo Samuel, são sinceros pensei cá comigo, porque não escrever uma crônica simples..... nisso já estava no meu quarto copo de cerveja e pensando, é hoje que meus poetas vem puxar meu cabelos enquanto durmo, e, para completar tomei o quinto copo apenas de um gole e embarquei pelos campos poéticos.

Geusahenrico
Enviado por Geusahenrico em 07/01/2019
Reeditado em 13/01/2019
Código do texto: T6545183
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