Noite de outono

Noite fria de outono.

Saiu a caminhar pelo quintal para respirar ar fresco. Queria esquecer tudo que havia passado: tanto sofrimento, tanta desilusão.

Ao longe, cães latiam, tambores ressoavam, risos de crianças brincando se sobressaíam no meio da escuridão.

Luzes distantes piscavam em ritmo de vai e vem. Isso a distraiu momentaneamente. Por uma fração de segundos, se esqueceu ...

para em seguida se sentir invadida, se sentir arrasada pela tristeza. Arrasada por sentir aquele amor tão impossível.

Desejava sentir o coração dele bater bem forte de encontro ao dela. Queria sim. Queria naquele exato momento em que suplicava pela presença física bem perto dela.

Ansiava pela quentura do corpo junto com as sensações loucas que ele proporcionava.

Sonhava dia e noite, noite e dia, com aquele abraço terno, mas que é, ao mesmo tempo, um abraço de saudade pela distância.

Distância, distância, distância... Ah, distância! Que palavra apunhalante para quem ama e deseja fortemente! Palavra sempre presente em sua mente. Palavra que não queria que existe entre eles.

Vivi Peixoto
Enviado por Vivi Peixoto em 11/01/2019
Código do texto: T6548568
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