Nossos maiores términos merecem um minuto de silêncio

Um minuto de silêncio. Sessenta segundos sem respirar. Até hoje nenhuma outra pausa foi tão assustadoramente sincera e poética.

Depois do texto e da fala, depois de um fim que certamente é recomeço. Um minuto de silêncio forçado, empurrado garganta abaixo. Um minuto de silêncio arranhado, frio e sufocante.

Uma homenagem póstuma para um enlace de anos. Momento dramático em que as lágrimas saltaram. Caíram por tanto que o buraco mostrou-se precipício.

Atingiram o chão, e ficaram por muito mais que um simples momento. Término demandam atenção. Fiz o que podia.

Um texto foi pouco. Palavras escritas não dizem tudo. Tentei falar o que estava entalado, mas os sentimentos assim permaneceram. No fim daquilo que sabemos ainda não ter acabo, enviei um áudio vazio. Um minuto de silêncio. Sessenta segundos sem respirar.

O play ficou completamente azul - e assim percebi que ambos tínhamos feito a nossa homenagem. Seguimos calados e em paz.