A vida não é o que se viveu, mas o que se lembra...

A vida não é o que se viveu...

“A vida não é o que se viveu, mas o que se lembra e como se lembra de contar isso”. A célebre frase de Gabriel Garcia Márquez, escritor que já nos deixou nesta vida talvez ecoe e faça pensar a função do escritor e o seu ofício nobre de labuta. Com efeito, a literatura parece confundir-se com a vida humana que, em certos casos, clama pelo viver, clama por contar o que viveu, mesmo que uma pessoa não se lembre dos mínimos detalhes, pois a memória guarda pensamentos que muitas vezes se mesclam com a rotina do dia a dia, com as frustrações, amores e alegrias vividas por cada um de nós.

Por outro lado, penso que a literatura é uma grande descoberta. Nela se pode inventar, se amar, enfim, descobrir uma gama de sentimentos naturais à espécie humana que almeja a felicidade a cada segundo que passa e não descansa até que consiga tal façanha.

Mas, ao pensar na frase do escritor Garcia Márquez, constato também que é na esteira da literatura que o escritor de uma maneira geral, encontra o seu verdadeiro espaço no mundo, isto é, no encanto das letras.

O poeta, por exemplo, joga com as palavras numa sensibilidade sutil, harmônica, bela, quase que angelical, dependendo da característica marcante de cada um que escreve a poesia.

Já o contista é um mestre do suspense, usa de sua trama para costurar a sua história que, na maioria das vezes, é impactante, instigante e confunde-se com um pedaço da própria biografia do escritor, ou ao menos o que ele se lembra, ou seja, uma fantasia, um estímulo qualquer, mas que, sem sombra de dúvidas, faz parte da vida.

O que falar do cronista. Lembra-se dos fatos do dia a dia na íntegra? É evidente que não. No entanto possui uma visão bastante aflorada dos fatos do cotidiano, dos fatos alheios, do ir e vir frenético das pessoas e seus ambientes. Sintetiza as emoções. Enfim, também conta o que se lembra...

Mas e o romancista... Como escrever um o romance? Esta explicação talvez seja mais complexa. Como arquitetar um conjunto de fatos, sem se perder no texto? Como convencer o leitor da coerência de sua escrita? Parece que romancista é o auge da vida do escritor, da sua intimidade com as letras. Difícil explicação. Não me atrevo a alongar-me no assunto.

Enfim, Gabriel Garcia Márquez, penso que foi um gênio. Apesar de não ter conhecimento de sua biografia, no entanto, sou obrigado a concordar com sua frase: “A vida não é o que se viveu, mas o que se lembra e como se lembra de contar isso”.

Marcelo Canto
Enviado por Marcelo Canto em 01/02/2019
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