E a Casa da Mãe Joana existe? Existe sim, e é citada com frequência por quem deseja expressar sobre um lugar onde cada um faz o que bem quer, onde a bagunça é generalizada e ninguém respeita ninguém. A Casa da Mãe Joana pode estar bem ao nosso lado, bem ali na esquina, pode estar, inclusive, no lugar onde jamais deveria: no Congresso Nacional, espaço que simbolicamente  representa o povo brasileiro.

Mas que fiasco! É deprimente assistir às cenas que se desenrolam naquele local, onde deveriam prevalecer a honradez, a ordem e a decência. Porém, o cenário levado a público, na noite de ontem, sobre a votação para a presidência do Senado mostra nossos homens públicos trocando farpas, se digladiando grotescamente pelo jogo do poder.

É impressionante a falta de classe, a falta de educação daqueles senhores e senhoras eleitos como autoridades governamentais do País. Se não tiver quem aparte, ninguém tenha dúvida, a turma se pega aos tapas, rola no chão engalfinhada em ferrenha luta corporal digna de qualquer moleque por aí, que não teve a sorte de receber o mínimo de educação na família, ou na escola.

Quanta falta de maturidade política! Comportamentos infantis, posturas sem um mínimo de decoro: se dirigem uns aos outros com palavras grosseiras, chegam ao cúmulo de arrancar papéis das mãos de outros, como se nunca tivessem aprendido que não se usa tomar coisas das mãos das pessoas sem o devido consentimento.

Terrível, mas nossos representantes são figuras toscas e broncas, capazes de perderem todo o senso do ridículo para atingirem suas ambições pessoais. Se alvoroçam, perdem a linha quando se sentem ameaçados e expõem toda a sua mediocridade diante de milhões de espectadores que os assistem completamente pasmados — nós, aqui dos nossos sofás. Nossos representantes parecem ignorar totalmente que são eleitos em confiança pelo povo para desempenharem  funções decisivas à frente deste País. Se esquecem que fazem do Congresso Nacional um ringue de luta livre, e tudo que a gente consegue pensar nesta hora é na Casa da Mãe Joana. Segue o próximo round... E tudo secreto, não os tapas, mas o voto.