Criador e criatura

Diz o relato da criação que Deus formou o homem do barro, soprou em suas narinas e ele se tornou uma ALMA vivente. E os homens feitos a imagem e semelhança do Altíssimo podem igualmente criar e fazer muita coisa; mas qdo fazemos um barco. ...Ah ...Um barco é diferente. Primeiro, escolhemos um nome para batiza-lo ,e antes que me escape a etimologia; batismo significa literalmente mergulho. Sim barco é batizado como todo bom cristão; e não ganha um nome qualquer, tem que ter um significado. E quando recebe o divino sopro da primeira rajada de vento , inexplicavelmente adquire ALMA , pois logo descobrimos que ele tem vontades próprias, o nome pode ser feminino mas o artigo será sempre másculo tipo ; O Anita , O Amélia, O Lady Laura etc.

Talvez esta identidade de gênero seja definida pelo mastro , este apêndice maravilhoso hasteado como um símbolo fálico apontando para as estrelas e atestando-lhe a virilidade. Passamos a partir de então a trata-lo como um ser vivo, ele reclamará sua mesada a qual deve ser prioridade dentro do nosso orçamento apertado. Mas esta relação não será estéril , ele nos deixará grávidos de sonhos e aventuras e nos fará enxergar um universo paralelo além desta realidade.

Não seremos um Dom Quixote a desafiar insanamente moinhos, mas iremos içar velas ao vento qual bandeiras brancas agitadas, como um sinal de trégua em tempos de guerra. .Haveremos de brindar a vida despojados das cargas desnecessárias ,quando percebermos que já não há mais tempo nem espaço para as inutilidades.

Gilberto Martins

O navegante
Enviado por O navegante em 03/02/2019
Reeditado em 15/06/2023
Código do texto: T6565809
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