Lamentável.

Janela aberta. Chuvisco. A hora que vejo uma maldita barata gigante na minha cama! Fui matá-la com as mãos. A maldita escapou para debaixo da cama. Não vou fechar a janela e dormir em paz com uma desgraçada dessa debaixo da minha cama. Terei que caça-la, matá-la e dar um jeito no cadáver. Que merda! E é das grandes! Porra! Outro dia foi o morcego chupando meu pé. Agora essa imortal debaixo da minha cama. Cara, vou procurar uma benzedeira amanhã cedo! Não confio em dedetizadores!

Queria agora ser um cão voraz como era há alguns anos e sair comendo todo tipo de safada que aparecesse em meu caminho. Era louco aquele tempo. Não existia esse negócio de amor. Era só sexo e pronto, acabou! Enfiar e bombar! Hoje virou essa merda! Até pra trepar tem que amar! Que porra!

Descobri depois de quase velho e de tanto me importar quando jovem, que não devo me importar tanto com quase nada! Pouca coisa merece consideração! Demorei, mas graças aos céus ainda dá tempo! Ainda dá tempo de amar de novo! Descobri que o amor pertence à eternidade e sofrer por isso é besteira! O amor é natural! Quem ama não abandona jamais! Love love!

Lembro-me dos bons tempos das anotações em agendas, cadernos, folhas esparsas, guardanapos, paredes de banheiros... Era um tempo mais lírico. Hoje tenho que ficar teclando nessas maquininhas e o povo passando, olhando e me tachando de louco, doido varrido e coisas que não dou a mínima! A loucura é minha! Eles que cuidem das deles!

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 07/02/2019
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