Das estranhezas do ser humano aqui

Acho que nunca comentei sobre algumas estranhezas minhas, por exemplo o fato de me atrair as mulheres que têm lábio leporino, eu acho sedutor a deformidade assimétrica que possuem e charmosa a vergonha que sentem por serem “danificadas esteticamente”, elas ficam tímidas naturalmente porque se sentem umas aberrações, mas à mim, minhas queridas vocês são umas verdadeiras belezuras! Ainda tenho mais, digo, mais estranhezas e morbidades, por exemplo, quando termino de me masturbar (Cory Chase minha amante virtual!) escuto sempre a música “let forever be” do Chemical Brothers, não sei porque me acostumei com este ritual: é eu gozar e lá vai eu na minha playlist botar pra tocar esta música, a lista de estranhezas segue firme meus amigos: quando estou no culto, dentro da igreja, ao invés de prestar atenção no sermão pastoral, fico me imaginando batendo uma bola dentro do amplo salão da igreja, tipo: mentalizo que estou cobrando uma falta de chapa e a bola vai perfeitamente num ponto imaginário no púlpito e o pior a plateia me admira por tamanho domínio e técnica para bater na bola, mais, a profanidade não para por ai, me vejo driblando os fiéis, rabiscando com a bola por entre as cadeiras da igreja, onde isso vai parar? Garatujo todos os livros que leio. Assisto Chaves e Chapolin mesmo depois dos quarenta. Como chocolate compulsivamente só pra depois beber muita água gelada. Uso um rolo de papel higiênico para limpar o rabo. Cheiro os fundilhos de minhas calças para ver se não estão com cheiro de rabujo (palavra criada por minha mãe que é a junção de rabo + sujo), se estiver eu continuo usando a calça mesmo assim. Antes de entrar no chuveiro eu lavo meu braço direito com sabão, seco-o com a toalha, para só então me por inteiro debaixo d’água. Como sempre de pé. Escuto a rádio Bandeirantes. Faço exercícios penianos, a fim de ter ereções prolongadas. Tenho tesão na ministra Carmem Lúcia e na jornalista Renata Loprete. Compro livros repetidamente toda vez que passo em frente a livraria que fica dentro da estação do metrô Jabaquara. Conto sempre a mesma piada. Assisto filmes do Hitchcock. Penso em tatuar o nome de Anton Tchekhov nos braços, sendo que “Anton” seria no esquerdo e "Tchekhov" no direito. Acho elegante escrever DIXI no final de minhas crônicas, porque li num livro de Dostoiévski (o grande inquisidor). Por fim, (tem mais e não quero me estender) tenho prazer em ofender poetas de merda no Recanto das Letras.

DIXI.

Homem de preto
Enviado por Homem de preto em 09/02/2019
Reeditado em 06/07/2022
Código do texto: T6570526
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