Grêmio eterniza um "goianucho"

Um dia após mais uma vitória no Gre-nal pelo campeonato brasileiro, o volante Sandro Goiano colocará seus pés na Calçada da Fama do estádio Olímpico. Toda Calçada da Fama, seja ela em Hollywood ou na Azenha, traduz no nome a sua importância, e muitos ex-jogadores tricolores consagrados reclamam por não terem sido lembrados para esta homenagem consagradora. Cuca, hoje técnico do Botafogo, que como jogador foi destaque no título da primeira Copa do Brasil pelo Grêmio, recentemente se disse magoado com o clube por não ter sido lembrado.

Sandro está no Grêmio desde a metade de 2005, e foi um dos símbolos do retorno do time à primeira divisão nacional, no final daquele ano. Seu discurso para o time no vestiário, após a Batalha dos Aflitos, foi emoção pura para quem assistiu o DVD Inacreditável. Segue na equipe até hoje, ora titular, ora reserva, mas sempre um líder, com barba rala e olhos esbugalhados que dão rosto à raça que intimida tanto os adversários quanto os colegas gremistas que não estiverem dispostos a doar sua alma e seu sangue ao clube.

Talvez a grande maioria da torcida tricolor nem o aprove como titular da equipe em 2007, pois não joga mais futebol do que Eduardo Costa e Gavilán, dois volantes que formariam uma dupla mais técnica e ágil à frente da zaga gremista, além de menos propensa aos cartões vermelhos. Mas ninguém no atual grupo de jogadores gremista é mais imprescindível do que Sandro, que mesmo nascido em Goiás, representa como ninguém o espírito gaúcho e cisplatino de encarar o futebol, como sempre exigiu a maior torcida do Rio Grande.

Daqui a 100 anos, Sandro Goiano será citado ao lado dos maiores ícones de raça e gremismo que já vestiram a camisa tricolor, ao lado de Lara, o primeiro deles, passando por Ortunho, Oberdan, De León, André Catimba, Renato, Dinho, todos estes grandes ídolos atemporais, inesquecíveis. Tomara que muitos outros desta estirpe possam defender meu time enquanto eu por ele estiver torcendo.