Saudade do tempo das normalistas

Vivemos outro tempo. O que valia no passado, hoje não vale quase nada, ficou apenas na lembrança dos mais adentrados nos anos. É a imposição daquilo quec chamam "progresso", entre aspas, claro. Sei que ofluir do tempo é incessante e e irreversível, mas essa evolução quase sempre não é totalmente saudável.

Estava passando uma vista nuns álbuns antigos. E vi uma foto que me fez recordar do tempo das normalistas. Eram as alunas do chamado na época curso normal, ele antecedeu o tal pedagógico. Formar uma normalista era auma façanha que orgulhava qualquer família. Era uma vitória. A normalista era considerada, cortejada, respeitada. Muito mais, acreditem, que as professoras de hoje. A formatura das normalistas era um acontecimento que marava a vida da comunidade. Era auma festa de arromba. Os paraninfos das turmas eram sempre personalidades de destaque.

A moça que estudava o curso normal virava uma figura importante a partir do ingresso no curso. Tinha futuro, seria, como diziam, um partidão. E sobre ela recaia os olhares dos moços, alguns pensando mais na projeção da moça e na sua importância socialdo que nos outros predicados. Os pais impavam de orgulho.

Nos anos 50 era tanta aimportância da normalista que surgiu um samba arretado sobre ela da autoria de Benedito Lacerda e David Násser, cantado por Nelson Gonçalves que dizia no inicio: "Vestida de azuk e branco/ trazendo um sorriso franco/ no rostinho encantador...". Lembram-se? Estourou em todo o Brasil, do Oiapoque ao Chuí. E a farda da normalista era mesmo azul e branco. Acho que alguns se lembram daquelas mocinhas de bulsa branca e saia plissada azul, sapato preto e meias brancas desfilando nas praças. Lindas. Quantos vovôs não se lembram delas e marejam os olhos?

Fica, pois, o registro dessa saudade do tempo das normalistas. Não deu, hoje, para falar de política, o quadro está extremamente medíocre. Prefiro recordar o passado. Inté.