Relações Afetivas x Materialismo

O desafio de escrever sobre o materialismo me impõe certas restrições, ou melhor, certa cautela em abordar o tema, pois, normalmente as pessoas estão tão embrenhadas na rotina de querer ter, querer possuir e dominar, que esquecem das coisas mais simples, como: conquistar, compartilhar, amar e viver. Um exemplo clássico: seres humanos desvalorizam, completamente, a arte da conquista, tornando o status e o que podem receber/oferecer como prioridades, descartando uma coisa simples e importante: O sentimento do outro. Claro, estava me referindo estatisticamente à maioria das pessoas, há algumas raríssimas exceções, lógico. E quando me refiro às raríssimas exceções, algumas pessoas vão torcer a boca e travar o pensamento achando que estou sendo radical demais e vão afirmar com desdém: Eu não sou assim! Então, prefiro deixar que você leitor observe ao seu redor e depois me conte sobre sua análise.

Recentemente vi um caso que me chamou muito atenção, na recepção de um consultório médico, uma moça simples – aparência simpática, bonita e expressava uma certa doçura no olhar – amargurava uma dor, com lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto falava ao telefone, com alguém que presumo ser sua amiga, onde relatava o fim de um relacionamento e se questionava porque estava vivendo aquele momento de novo, pois seu “algoz amor” a julgava interessada apenas na vida a qual ele podia lhe proporcionar, e por fim, ouvi quando ela questionou ao telefone: Você acha mesmo que eu preciso do dinheiro dele?

Pela proximidade das cadeiras, não pude deixar de ouvir e embora não tenha presenciado o desfecho da história, pus-me a pensar: Provavelmente aquela moça, de fato, não precisava do dinheiro dele, sentia-se carente apenas de sentimentos, de amor, de carinho, porque não? Porque ainda somos arcaicos a ponto de mantermos a velha tradição de relacionamentos por interesse? Há séculos isso era tradição, famílias juntarem suas posses através de relacionamentos “arranjados” apenas por conveniência. Um primo do meu pai, mesmo, tentou arranjar-me um casamento aos meus 10 anos de idade, com seu filho de mesma idade, para quando completarmos a maior idade continuarmos o legado da família e afirmou que o amor era uma questão de tempo entre os dois, será? Graças ao meu bom Deus, meu pai era um homem sábio e disse: Minha filha vai casar com quem ela amar e quando crescer, de preferência por amor e não por dinheiro, porque ela não precisa. Prefiro continuar crendo que podemos ser felizes quando somos verdadeiros conosco e com o outro, o segredo é viver de forma simples, sem segredos, pois, encontramos pessoas de verdade na simplicidade de um momento, de um sorriso, com o que vem da alma. A falta dessa simplicidade proporciona uma falsa felicidade nas pessoas.

Há coisas, neste mundo, que você ainda pode recuperar, tudo vai depender do seu esforço e na mesma proporção, há sentimentos que ainda podem ser resgatados, basta crer. Não se preocupe tanto em “TER”, dedique-se ao “SER”, seja do bem, faça o bem, não deixe o fascínio dinheiro dominar o que você tem de mais precioso: Seu coração! Do contrário, perderás algo que nem o dinheiro poderá comprar: SUA VIDA!

CorreiaC
Enviado por CorreiaC em 14/02/2019
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