Basta apenas viver
As pessoas que me acompanham permitem que eu me perceba como um ser necessário à vida.
Ainda que não possua o sangue azul, a conta bancária dos xeiques árabes, o padrão excludente de beleza física, os atributos para ser conceituada “acima”, “além” ou qualquer outra ferramenta gramatical que indique superioridade, a minha vida é necessária.
Exigir demais de si mesmo confere um desgaste de energia que antagoniza o real sentido da existência: conhecer-se a si mesmo e promover os ajustes necessários segundo a própria intuição – não há manuais, sejam quais forem os gênios criadores que nos sirvam como guias, mais do que a nossa própria capacidade de efetuar as mudanças que nosso espírito anseia.
Não há protagonismo real em relação à vida, como alguns, às vezes, insistem em sustentar ou como costuma parecer. Somos todos iguais.
Ainda que pareça que só se é realmente importante quando se tem o poder de mobilizar um sem-número de pessoas para, ao redor de seu túmulo, nem sequer se perguntarem por quais razões ali se encontram, somos todos necessários...
É preciso que entendamos que, nesta existência, não será possível colorir a vida como fazíamos quando crianças numa folha de papel.
Mas podemos e devemos ser mais do que a bolha sistêmica nos ensina a acreditar que somos.
Quando efetuamos melhorias em nosso campo energético, fazemos com que as indagações sobre o sentido da vida não sejam mais consideradas.
Basta apenas viver, reclamando, julgando a providência divina, os seres viventes, os não viventes...
Basta apenas viver, sorrindo com coisas fúteis, criando ou fazendo coisas novas, redescobrindo a si mesmo, sonhando...
Basta apenas viver, respeitando a si mesmo e aos outros...
Todo o resto que constitui a vida é abençoado pela energia vital universal.