E se viu ali, sem eira nem beira, à espera de uma resposta para uma pergunta que a vida insistia em lhe fazer, mas estava insegura para responder.

Dúvida cruel, conflito. Clamou a Deus! Mas parecia não entender os seus sinais; 

Tentou uma prece, mas a mente estava atordoada e as imagens iam vindo, uma a uma, invadindo o espaço vazio que precisava para plantar alguma esperança;

Ligou para uma amiga, mas estava ocupada e não podia ouvir e nem sentir a sua angústia; 

Ligou a tv, mas a programação trazia tragédia, violência e corrupção tudo junto e misturado sendo gotejado como cena de crime de tortura, aberta ao público; 

Pegou o celular e conferiu os grupos de wattsapp na pretensão de encontrar apenas uma palavra que lhe devolvesse a segurança, mas nada; 

Na caixa de emails uma pausa: preciso descredenciar minha conta para tantas lojas virtuais, nada pessoal; 

No Facebook, enfim, a ficha caiu: Tanta gente feliz, tanta declaração de amor, tanta gente bonita e realizada, tantos comentaristas, tantas curtidas, tantas reações, mas ela continuava vazia, porque carecia de uma palavra. 

Fechou tudo! E se fechou.

E continua a esperar uma palavra, uma frase, uma oração.

Mas vive de expectativas, essa menina! Quem sabe?

Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 22/02/2019
Reeditado em 07/12/2021
Código do texto: T6581033
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