Sou o que sou

Nem melhor nem pior, apenas eu mesmo com as raras qualidades e os múltiplos defeitos que possas detectar. Uma figura única dentro do amplo contexto da criação e discutível diante dos variados aspectos que assumo diante de teus olhos. Também um ser imperfeito à procura de si e que possui, talvez, mais defeitos que os demais.

Mas ninguém é perfeito, e com a idade esses sintomas ficam exacerbados e afloram inconvenientemente sob uma capa de pura superficialidade. Mas deves  considerar que sempre estive  de espírito liberto em tua presença, como se fosse um livro aberto, e que me lembre nunca deixei nada encoberto. De que me adiantaria? É preciso que me aceites mesmo que seja desse jeito inconstante, ainda que possa lhe parecer um ato penoso e desgastante.

Mesmo porque não almejo mais gratas surpresas no trânsito de minha existência, pois todas que tive e mereci vieram de ti. Agora, sou apenas um rebelde dando asas aos  antigos anseios e tentando alçar um voo solo à infinitude da minha imaginação.

Poor isso, peço apenas que uses de muita compreensão e abandones uma eventual crítica mordaz, mesmo que te pareça construtiva para  me trazer a paz, porque há muito descobri que não desfrutava sa vida que realmente desejava e por isso resolvi partir ao encontro do meu eu.

Mas isso não é uma despedida física, pois não viveria sem a tua indispensável sustentação. Quero tão somente espaço para usar o limite de tempo que me tenha sido concedido, antes de exaurido e, talvez arrependido, voltar e rogar o teu perdão. 

Cronista
Enviado por Cronista em 22/02/2019
Reeditado em 22/02/2019
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