Agonia

Não sinto a tua falta, mas, machuca-me a tua ausência diária. Espalho-me na cama e durmo como se tu nunca tivesse existido na minha vida, mas acordo no meio da noite sufocada com uma dor tão grande no peito que parece que vou definhar aos poucos.Os fins de semana ficaram leves, mas tão vazios como uma casa que foi retirada todos os móveis.Vou aonde quero e nem sei o que fazer com tanta liberdade, não tenho que dar explicações a ninguém, mas mentalmente, te digo aonde vou ou deixo de ir. Não me sinto só, sinto-me livre com um animal que perdeu a coleira e saiu correndo rua afora, então olhou para trás e não encontrou mais a sua moradia, nem os seus amigos. Sentou- se a grunhir pelo que perdeu e não teria mais, mesmo tendo toda a liberdade do mundo. Sinto- me liberta como um pássaro em que foi aberto à gaiola, no inicio entrou em desespero, pois não sabia viver livre, depois bateu asas e descobriu o mundo. Mas quando se cansou, não tinha um lar para voltar, nem uns braços para aquecê-lo.

24/09/2017

Marisa Piedras
Enviado por Marisa Piedras em 24/02/2019
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