Carta para alessandra.

Tomo a liberdade em escrever o seu nome em minúsculo. Por favor, tente me entender.

Não me recordo do seu sobrenome. Como diz o sinistro da justiça, perdão, ministro da justiça, “não vem ao caso”.

Lendo os jornais de ontem percebi que você comemorava o desencarne de Arthur, o netinho do Presidente Lula (esse sim, em maiúsculo). Terminava o seu comentário com o já tradicional kkk .

Sei que você não foi a única, alessandra. Mas te vi primeiro, então guardei o seu nome.

Fiquei refletindo algumas coisas sobre a vida, o comportamento humano, as interpretações das diferentes realidades e dores.

Imagino que você não tenha tido pais decentes, conscientes, comprometidos com valores cristãos. Talvez pais oportunistas, hipócritas, imundos. E aí você nasceu e foi crescendo achando que o mundo pode ser uma barbárie jocosa. Virou uma moça bonita, mas só por fora. Eu me lembro de uma expressão dos antigos: “por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento”.

Repito: sei que você não foi a única que terminou o sádico comentário com um kkk. Mas é com você que eu falo.

Garota, existem palavras bonitas, expressões que denotam compaixão. Sei que você não sabe o significado de nenhuma delas. Palavras e expressões como: respeito, ética, sensibilidade, reconhecimento, gratidão. Em suma: ver o próximo como a você mesmo. Como diria Cristo “amai ao próximo como a ti mesmo”.

Mas pelo visto, alessandra, você nem se ama, nem se respeita. Porque se apresenta na perversidade insana, divulgando o que tem dentro do coração. Penso que o seu coração seja um pedaço de carne podre que pulsa. Só pulsa.

Você ainda xingou o Presidente Lula, ora veja! Justo aquele que deu visibilidade e importância aos desconsiderados pela história. O mesmo Lula que angariou respeito no cenário internacional por tirar milhões da linha da pobreza. Essas pessoas passaram a comer, alessandra. Coisa que você nunca ficou sem, com certeza. Milhões foram estudar e eu fiquei a imaginar que algum pobre se sentou ao seu lado nas carteiras escolares e você não gostou, até fez caretas e comentários egoístas.

Sabe, garota, a vida traz momentos marcantes. Você não sabe o que é a dor da perda de um filho, um neto . Tomara que nunca saiba, ou melhor, tomara que nem procrie, pois você não terá nada de bom a ensinar.

Fique sozinha, alessandra. Sozinha no seu sadismo, na sua sandice, no seu orgulho, na sua falta de compaixão, na sua falta de beleza. Fique sozinha e ouvindo a voz rouca do medo da escuridão da sua alma.

Vale relembrar a reflexão do Papa Francisco: "quando você celebra a morte e alguém, o primeiro que morreu foi você mesmo".

Vera Moratta
Enviado por Vera Moratta em 02/03/2019
Reeditado em 22/03/2019
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