Imagem do Google - Região do Turvo - Pr, Terra onde nascemos.

                    AI SE PUDÉSSEMOS VOLTAR
 
              Se pudéssemos voltar, se voltássemos no tempo para reviver um pouquinho da nossa infância que foi tão difícil, mas muito gostosa. Brincadeiras sem maldades. Carrinhos e bicicletas de madeiras. Subíamos nos lugares onde a estrada era aclive (descida) e de lá vínhamos a todo o vapor. Muitas das vezes derrapava nas pedras e a queda era inevitável. Quase se quebrava todo. Algumas “capotadas” chegavam partir a roda, porque esta era feita também de madeira.
               O barulho do vento nas árvores era algo tão bom que quando saía daquele lugar parecia que estava faltando alguma coisa. Tinha vontade de ir embora para a cidade grande, mas sabia que iria sofrer por falta de saborear aquela natureza linda e abençoada. As gralhas-azuis não podiam nos enxergar que ali começavam um escarcéu. Irritavam algumas pessoas, mas eu adorava. Interessante que elas normalmente estavam nas copas dos pinheiros (araucárias) porque lá tinha muito. Na medida em que ia andando no caminho elas iam acompanhando. Estavam sempre em bandos e nunca via uma gralha sozinha. Interessante união daquelas aves. Só depois que entrava em casa, elas paravam de gritar (cantar). Como se uma disse para a outra: missão cumprida minha irmã.
              Assim foi nossa infância. Falar isso pra gurizada eles podem até nos chamar de “quadrados”, mas que era muito bom, os que viveram na nossa época concordam conosco. Resta apenas as doces lembrança daqueles anos dourados e adorados Ai Se pudéssemos voltar no tempo...
 
(Christiano Nunes)