Dia internacional da mulher

08 de março de 2019. Hoje é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Gostaria de estar mais feliz por poder comemorar esta data, mas daí eu me lembro daquela jovem de 15 anos que sofreu estupro coletivo por cinco homens, em Manaus.A gente respira fundo, mas o noticiário nos faz lembrar de Jane Cherubim, de 36 anos. Foi espancada pelo namorado e abandonada numa estrada.Lembram-se da Marielle Franco? Vão falar que é mimimi, né? Mas não é. Nove tiros atingiram a cabeça dela!

Alguém conhece Thaís Andrade? Foi estrangulada pelo namorado após uma briga. Ela deixou uma filha de 14 anos. E agora?Agora a Elaine Caparróz tá se recuperando depois de ter sido espancada durante quatro horas.

E a Rayane Alves Paulino? Saiu de uma festa e só queria ir pra casa. Ela foi violentada e seu corpo foi abandonado no meio de um matagal. Ela tinha 16 anos.

Tem mais... Na última quarta-feira, dia 06 de março, Isabela Miranda de Oliveira foi agredida e jogada em um colchão em chamas pelo namorado. Ela tinha apenas 19 anos.Sei que é um tanto quanto indigesto ler a "tristeza" numa data como a de hoje. Mas é a realidade que estamos vivenciando. Não dá para fechar os olhos e fingir que o problema não é real. Ele é real e nos toca com dor. Com repulsa. Muitas vezes com ódio.Tudo isso me dá um nó na garganta. Deixa um gosto amargo na alma. Dá vontade de gritar. Na verdade, eu tô gritando agora. Espero que alguém me ouça.Jamais nos esqueceremos de todas as nossas conquistas. Muitas mulheres deram o sangue para que tivéssemos o que temos hoje. Hoje podemos votar, trabalhar fora e prover o nosso sustento, sem que filho da **** nenhum tente apontar o dedo para colocar nosso valor em xeque.Podemos usar batom vermelho sem que nos chamem de vaga*****. Não somos obrigadas a nos casar casar! E se quisermos nos casar, não somos obrigadas a sofrer violência psicológica. Que dirá um espancamento.Podemos andar pelas ruas sem que ninguém, veja bem, eu disse ninguém se ache no direito de nos tocar sem o nosso consentimento. Não é pra encostar, valeu?!Ah! Nós não somos objeto. Nem de decoração, nem sexual.Podemos usar a roupa que quisermos. Ninguém tem nada com isso. O mínimo que os outros podem fazer é respeitar nossas escolhas. Temos direito de escolha!NÃO SOMOS OBRIGADAS A NADA! Nós não somos e nunca seremos o sexo frágil. Antes de qualquer coisa, seremos luta!Somos meninas, mulheres, mães, esposas, filhas, avós, força, voz e resistência!

Mari Gargano
Enviado por Mari Gargano em 08/03/2019
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