Odisseia das Indiretas

A vida cotidiana está pautada no desejo fervoroso de ser e na consequente contemplação. E nesse contexto inexato de realizações, queremos ser mais magros, mais ricos, mais bonitos, mais inteligentes, mais bem colocados na profissão, mais bem remunerados, mais bem tratados (porque a mídia e seus algozes propagam isso como receita da felicidade e da realização pessoal), abstraindo a racionalidade nas posições e derramando emoção até em recipiente vazio.
Há quem diga que nessa aventura, o salutar se revista de camada de proteção e contenção e as indiretas sirvam como “carapuça” mesmo que não tenham esse fim, esse meio... E a viagem que assumia um percurso agradável até aqui, passa a apresentar alguns contratempos. E quem deve, teme... E quem teme, deve...
Quando nos munimos com carga culposa, tudo que oscila ao nosso redor, nos torna tão vulneráveis, que acabamos por criar e alimentar situações constrangedoras, e por vezes, nos fazemos passar por idiotas, desclassificando a nossa ação/reação.
Quem estabelece a odisseia da indireta é aquele com quem se fala e não aquele de quem se fala. Logo, nem “tudo que balança cai” e “nem sempre tem um tesouro por onde a gente vai”.
E desse modo, a odisseia da indireta morre ainda, em seu campo de criação. Por isso, nem tudo que nos pesa a alma foi escrito para nós.
Mas uma coisa é certa, nosso maior vilão acusador mora mesmo dentro de nós. E de lá vive apontando nossos erros para a Dona Consciência, que segue tranquila, porque não acredita em acasos... Vai saber...
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 11/03/2019
Reeditado em 16/05/2019
Código do texto: T6595146
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