REFLETINDO A RELAÇÃO

R E F L E T I N D O A R E L A Ç Ã O...

É mais fácil ligar um computador, entrar na internet, do que ligar uma pessoa, dar um bom dia, olhar nos olhos, saber como está, fazer um carinho, buscar um abraço, um aperto de mão... Usar de delicadeza...

É muito difícil se relacionar. Por que será? Talvez porque gere um compromisso e não queremos ser incomodados... Queremos ser livres, fazer o que desejamos, na hora que decidirmos.... O outro é apenas o outro. E quanto menos contato melhor...

A máquina, nós a podemos desligar quando quisermos, as pessoas não...

A máquina não vê, não escuta, não sente... As pessoas sentem e se decepcionam com certas atitudes.

Esquecemos que somos responsáveis por aqueles que cativamos. Elegemos e escolhemos as pessoas que desejamos amar e conviver e este amor deverá ser para toda a vida.

As pessoas mudam por fora, na aparência, porque o tempo passa, mas por dentro continuam as mesmas. Talvez até melhores porque tiveram muita experiência ao longo do caminho, experiências boas e ruins que marcaram o coração e a alma.

Não devemos desprezar a pessoa escolhida que durante muitos e muitos anos esteve ao nosso lado em todas as dificuldades. Sempre dizendo SIM em todos os momentos. Buscando sempre conciliar, da melhor maneira possível, os acontecimentos. Não devemos ser orgulhosos, achando que superamos sozinhos as dificuldades da vida, porque uma família é uma família. Se não houver doação, não é família. Família verdadeira é uma reunião de membros que vivem sob o mesmo teto, partilhando as emoções, as vivências do dia a dia. Especialmente a família que escolhemos.

O mundo das pessoas é diferente, os sentimentos são diferentes, por isso que viver junto é difícil. É preciso sair do nosso mundo e tentar entrar no mundo do outro, isto chama-se empatia. Não é fácil, mas é o segredo. Há pessoas que não conseguem nunca fazer isto. Outras conseguem, mas muitas vezes cansam, desistem porque não há retorno.

Isto acontece quando o outro não tem mais importância, quando não me interesso pelos seus afazeres e problemas. Quando não o procuro para um carinho e atenção. Quando não converso mais com ele. Tudo isso é sinal de que as coisas não vão bem, que precisamos fazer uma avaliação da relação. Por que está acontecendo isto? O que está me perturbando? O que preciso mudar para que a relação seja mais saudável e ajude a outra pessoa. Mas é necessário que os dois façam isto, pelo menos que haja abertura e acolhimento.

Desligar a outra pessoa como se desliga um computador, um micro ondas, é muito fácil...

Porém, nós somos pessoas, temos inteligência, vontade, podemos criar, inventar maneiras novas para cada época da nossa vida, para solucionar os problemas que surgem. Não sejamos tão egoístas, porque sem amor não podemos viver. Eu falo do verdadeiro amor. Não desse amor “oba, oba” ou “porra louca” que nos confunde e nos seduz. Amor de um momento, de uma risada, de um copo de vinho ou de um abraço furtivo. Este também é bom, mas não pode competir com o outro amor, o verdadeiro que está junto no dia a dia, muitas vezes desgastado pela poeira da vida e pelo desuso.

É preciso saber viver...

Saber celebrar cada fase da vida ...

Viver por inteiro e não em parte.

Maio de 2010, Terezinha Domingues

Terezinha Domingues
Enviado por Terezinha Domingues em 11/03/2019
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