O direito e a justiça são ou não amantes?

O seu comportamento não era de tudo real. Afinal, a sua dicotomia (forma e conteúdo) o tornava diferente do ponto de vista natural.
Descartando a discriminação e os privilégios, se abundava de generalidade.
Embora mantivesse as suas facetas naturais, era sempre remodulado pelo tempo, que o customizava conforme as mudanças sociais e outras fontes.
Distribuía garantias, mas se enchia de gás para exigir que o inverso fosse verdadeiro e que no caso de delitos, as sanções eram bem vindas.
Pomposo, sempre ligado aos discursos sociais , não se soltava da língua daqueles que defendiam a cidadania dessa humanidade.
Sempre positivo e legítimo, se revestia de normas e desfilava como um galã por entre as relações de liberdade que se estabeleciam entre essa tal humanidade tão solitária e pouco solidária.
Cheio de si e tomando forma e gosto, desfilava na passarela que dividia o lógico e o inverso, tropeçando de quando em vez, em sua própria natureza.
Nas suas andanças, envolveu-se com a justiça. No início do relacionamento pareciam bem íntimos, em alguns momentos se viram como semelhantes e até idênticos.
No decorrer de suas vidas se juntaram e se separaram muitas vezes. Era apenas mais uma briga ou o fim do casamento?
Direito e justiça caminhariam juntos, sem demora? Era chegada a hora?
A justiça, ao contrário do direito era mais exigente (em alguns casos). Tinha "senso obrigacional" induzindo à dação conforme propriedade, respeitando o direito, que a perseguia.
Era também determinante, embora sempre se baseava nas entrelinhas, em favor de quem a procurou.
E na ânsia profunda de não permitir que o desenvolvimento paire sobre a humanidade, ela restitui e compensa em prol da tão sonhada dignidade.
E nesse contexto de junções e contrariedades, não cala a sua boca, solta o grito da verdade: A justiça e o direito são amantes, irmãos ou adversários nessa implicação de vontades?
O direito dá causa à justiça e a equidade?
O que é justiça de verdade?
E assim, continuam os dois, em seu desfile de gala. Ora um vira verdade, ora outro, se torna vontade.
Decerto, direito e justiça guardam laços firmes e prioridades. Precisam um do outro e de braços dados seguem as pegadas da norma.
E que venha a justiça, glamorosa...
E que o direito vingue (ou se vingue)...
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 16/03/2019
Reeditado em 16/05/2019
Código do texto: T6599068
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