LEMBRANDO MINHA MÃE...

M I N H A M Ã E...

Vinte anos sem minha mãe...

Acordei com vontade de escrever os sentimentos, as lembranças que chegavam de mansinho ao meu coração.

Agradeço a Deus quarenta e sete anos de convivência.

Sinto saudade da sua acolhida, da sua hospitalidade, da sua disponibilidade...

Ela era simples, muito simples. Mas ao mesmo tempo forte. Sua personalidade e o seu exemplo formaram a base da criação dos seus catorze filhos e netos.

Não era de muito diálogo, mas sabia o que queria e como fazê-lo. Por isso, às vezes, dominadora. Mas não esquecia nunca a doçura e o afeto quando necessários. Tínhamos muito cuidado na relação com ela, pois sua "cara amarrada" não era fácil.

Gostava muito de crianças. Sua casa, além dos filhos e netos, tinha os amigos dos filhos e dos netos. Ela usava a psicologia de forma intuitiva, porque perto é mais fácil de se olhar...

Construiu sua vida com o amor serviço. Trabalhou sempre para o outro. Não tinha tempo para si. O tempo para si era para testemunhar a todos o amor conjugal, quando era só olhar e ternura para com seu esposo e nosso pai: o querido “Vô Ducy”.

Tenho saudades dos domingos. O cheiro da carne assada com macarrão. O pastel cuja massa era feita em casa, com azeitona, ovo cozido e muita carne moída refogada com temperos. Era sempre uma delícia!!!

Lembro que seu bolo gelado recheado de abacaxi com cobertura de coco e o rocambole de doce de leite eram famosos e requisitados por todos!!

Quando combinávamos um passeio mais longo ou um churrasco no “Fazenda Clube Marapendi”, na Barra da Tijuca, uma semana antes, ela já começava arrumar as bolsas, tamanha era sua animação. E as festas do Natal, Ano Novo e Juninas? Era a mesma coisa, pois preparava tudo com muita alegria e competência.

Esteve junto a mim no Hospital, no nascimento do Antonio José, Rosa Maria e Luis Carlos. E me ajudou na minha vida profissional, quando tomou conta do Antonio José e depois, também, da Rosinha quando voltei a trabalhar na Caixa Econômica. Notem bem que seu filho caçula, o Zezinho, tinha apenas 6 anos de idade. E para completar este amor serviço, quando Luis nasceu, cedeu sua filha Zezé para morar comigo a fim de eu poder voltar a trabalhar com tranqüilidade. Zezé ficou comigo até o Gugu, o quarto filho, completar um ano. Esta atitude de minha mãe foi fundamental para eu continuar trabalhando. Serei eternamente grata por tamanho amor e desprendimento.

Quando ela foi para os braços amorosos do Pai, éramos 14 filhos e 29 netos. A família cresceu e hoje são 37 netos e 15 bisnetos com mais dois a caminho.

Tenho certeza pela minha fé no Deus da Vida que ela continua zelando por cada um de nós. Como? Intercedendo junto à Maria, nossa mãe do Céu e junto a Jesus, para que saibamos escolher o amor serviço como caminho seguro para nos levar à

FELICIDADE ETERNA E VERDADEIRA.

Peço-lhe mais uma vez sua bênção para todos os filhos, netos e bisnetos.

Em, 10 de setembro de 2007

Da sua filha primogênita,

Terezinha Domingues

Terezinha Domingues
Enviado por Terezinha Domingues em 22/03/2019
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