Devaneio

13/09/2007

- Vamos aplaudir... eles que estão cantando nos palcos da vida, tocando e encenando no teatro da solidão e agora estará com vocês, sim eles... sonham acordados, não vivem de aparências, tudo faz com prazer e vive não somente por viver, mas para se refazer a cada momento de suas vidas, valorizando os aprendizados proporcionados pela dor do dia-a-dia.

- Eles que já apresentaram no teatro da ilusão, no clube da solidão, na seresta do desconsolado e no bar do desesperado. E agora com vocês no teatro de suas mentes, o abstrato da utopia.

A platéia começou a aplaudir aquela peça teatral, era algo incomensurável, todo o pessoal correndo de lá pra cá, organizando o cenário, porém, num descuido um tropeçou e acabou caindo sobre uma vasilha cheia de água e todo o publico começou a aplaudir, gritando e jogando flores. Coitado deles que pensavam ter iniciado a apresentação. Foi o máximo no teatro de nossas mentes.

Passados alguns minutos de extrema desconcentração, enfim, iniciou-se a peça, oficialmente. A platéia muita ansiosa, esperando algo tão divertido e descontraído, quanto antes, ficou boquiaberta com a encenação romancista, de maneira clássica. Voltaram-se à época do lampião na sala. Tudo se passou numa pequena aldeia, quando seus moradores resolveram escolher um jovem para ser Rei e uma moça para Rainha, uma estória um pouco intermitente, mas, em tempo hábil, amorosa. Em busca do abstrato dentro do inconsciente.

- Ah! Chega de blá blá blá e vamos procurar, disse o senhor Neurônio.

- Meu amigo não se subestima a paciência do tempo no abstrato, disse a senhora Célula.

Bravamente mudou o cenário de indecisão a solidão, de cidade a deserto, nas ondas do cérebro por onde circula a água que emana da misteriosa fonte no centro do universo, aquela que percorre rios e riachos, mares e oceanos, tudo para manter viva e acessa a grande chama no palco dos nossos pensamentos.

A orquestra sinfônica se apresenta um pouco desafinada, e só mais um pouquinho de perfeição na criação e todos os tons dos instrumentos se argumentarão. O violão está perfeito, o violino também, o piano uma charmosa enclave, o trombone fazendo seu gingado nas cordas vocais e os demais se afinem pelo caminho no balanço do suave som da estrada. As músicas saem do abstrato e pousam na realidade para recriação.

“Satisfazer o homem com bonitas palavras é desagradar a Deus em seus preceitos e crescer para um mundo reles”.

“A pior coisa na vida é não ter uma coisa para se preocupar”.

“A pior dor é aquela que não pode ser expressa em palavras”.