Domingo no Sul é dia de se reunir com os amigos, dia de muita churrascada, e claro, cavalos.

Então no centro de eventos da RS 118, local onde acontece a conhecida Ronda Crioula, nos reunimos à confraternização de um dia ensolarado.
Dia lindo, boas companhias, tudo ocorrendo perfeitamente bem, até que avistei um Quarto de milha, e pensei – Por que não ? Faz tempo que não faço merda !
E foi assim que decidi montar o corredor. Que bela idéia ! Que ideóta !
Sequer me encontrava "pilchada", mas o montei, e nisso o dono diz - Esse cavalo é temperamental ! E claro que a pessoa aqui, se sentindo uma super amazona, respondeu com a famigerada frase - Tá dominado ! - Nesse instante tive certeza - Vai dar merda !

De rédeas à mão, parti pro redondel.

O cavalo se comportou bem, aceitou os comandos, enfim, estávamos a nos entender. Até que tive outra "ótema" idéia - Vou sair com o cavalo do redondel.


O lugar era enorme, muito para explorar, e Reponte e eu ( Reponte é o nome do cavalo ), já estávamos familiarizados - foi o que pensei.

Tempos depois, após muitas voltas, ( tudo sob controle ), um comando errado e pronto, perdi a doma !
Um único movimento errado e o cavalo era outro ! - Reponte, meu amigo, faz isso não... menino, aceita os comandos ! - Eu dizia para o animal ( automaticamente pensando que naquele momento, após o comando errado, para o bicho o animal era eu ).

Foi quando o dono do cavalo passa de carro à minha frente e pergunta - Como está ? E respondo - Tudo tranqüilo ! O carro acelera, e o cavalo liga o piloto automático. [ O intuito se profetiza ]. Do trote para o galope, dois segundos de diferença. Levantou poeira e as crinas ! ( mais as minhas do que as dele ).
A pessoa que não estava sequer de botas de montaria, mas de sapatilhas fofas com motivos de unicórnio, sente perder um dos estribos, e com o cavalo agora à galope, quem diz de achar ?

O filho do dono do cavalo, monta às pressas um crioulo e sai em disparada para me amadrinhar.
Momento crítico ! Que paleteada !

Durante a paleteada, acabei por escoriar o joelho na encilha do outro cavalo, nada grave, mas que poderia ser sido evitado se estivesse com calça de montaria ou bombacha feminina, mas não, a pessoa estava de short jeans, sim, pedindo pra se esfolar inteira, o que não aconteceu graças ao amadrinhador.
 
Hoje, passado o susto, confesso que não vejo à hora de montar o Reponte novamente. Sinto que ainda teremos muitas aventuras rs.

E nunca uma música fez tanto sentido quanto agora :
 
" Amadrinhador "
 
Quem pensa que em si se basta não conhece o mandamento
Não hay tormenta sem vento e nem cambona sem alça
Uma guampa sem cachaça, cabelo negro sem flor
E nem tropilha machaça sem ter bom amansador
 
Se o potro baba a flechilha, da própria sorte se olvida
Como se embaixo um mandinga viesse apertando as virilhas
Num transe de vida e morte, o bagual e o domador
Tem anjo de guarda e sorte nas mãos do amadrinhador...
 
( Luiz Marenco & Sergio Carvalho Pereira )

 




DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 25/03/2019
Código do texto: T6606978
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